Numa certa quinta-feira de janeiro de 2003, mais precisamente no dia 9, quatro colegas adolescentes, na saída da escola, resolvem fazer um exercício rápido de história. A ideia é que cada um diga de que lugar veio a sua família.
Por Paulo Victor Melo*
Em entrevista publicada nesta sexta-feira (11), o secretário municipal da Promoção da Igualdade Racial de São Paulo, Netinho de Paula (PCdoB-SP), que se licenciou da função de vereador para assumir a pasta na administração do prefeito Fernando Haddad (PT), diz que ainda há muito a ser feito para combater o racismo em São Paulo e que pretende criar uma TV para exibir conteúdo feito com "a visão da população negra".
Nascido no antigo Zaire, atual República Democrática do Congo, em 1942, o professor de Antropologia da Universidade de São Paulo Kabengele Munanga aposentou-se em julho deste ano, após 32 anos dedicados à vida acadêmica. Defensor do sistema de cotas para negros nas universidades, Munanga é frequentemente convidado a debater o tema e a assessorar as instituições que planejam adotar o sistema.
A palavra de ordem expressa na passeata de 20 de novembro em São Paulo – “Cotas sim, genocídio não” – sintetiza a estratégia a ser adotada pelo movimento anti-racista atualmente no Brasil.
Por Dennis de Oliveira*
O primeiro show no Rio de Janeiro com artistas negros vindos de Angola, na África, completa 30 anos em janeiro de 2013. Organizado pelo sambista Martinho da Vila, depois de algumas viagens àquele país, o Canto Livre de Angola mostrou um pedaço da cultura africana jamais apresentado no Brasil e serviu de base para tantas outras manifestações artísticas de um povo com muitas semelhanças com o brasileiro.
Ao som de atabaques e agogôs, religiosos de vários afoxés (cortejos vinculados ao candomblé) fizeram nesta terça-feira (20), Dia da Consciência Negra, a lavagem simbólica do busto de Zumbi dos Palmares, no centro da capital fluminense. O momento foi também de comemorar a melhora de indicadores de igualdade racial e cobrar ações em favor das comunidades quilombolas.
O valor da hora trabalhada é 39,89% menor entre a população de homens negros do que entre não negros (brancos e amarelos) da região metropolitana de São Paulo, segundo pesquisa do Seade/Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Com mais da metade da população de negros (pretos e pardos), o estado do Rio comemora nesta terça-feira (20) o Dia da Consciência Negra. As atividades começam cedo, com a tradicional lavagem do Monumento Zumbi, na capital, e se estendem até o fim de semana, com shows de música, mostra fotográfica, sessões de cinema e festas nas comunidades quilombolas.
Mulheres pretas, pardas e indígenas são a maioria entre os 5,3 milhões de jovens de 18 a 25 anos que não trabalham nem estudam no país, a chamada “geração nem nem”. Cruzamento de dados inédito feito pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), revela que elas somam 2,2 milhões, ou seja, 41,5% desse grupo.
Apesar de maioria da população economicamente ativa (PEA), os negros são os que mais sofrem com o desemprego. Os dados constam da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), referente a 2011, feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em parceira com a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade) e o Ministério do Trabalho (MTE).
Nesta terça-feira (20/11), data em que é comemorada o Dia da Consciência Negra no país, acontecerá o lançamento da campanha Diga não ao racismo! Vamos garantir o futuro da Juventude Negra, promovida pela Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi). O objetivo da iniciativa é convocar a sociedade para participar da criação de oportunidades para os jovens negros na Bahia.
Se dependesse de Ali Kamel, todo-poderoso capataz da TV Globo, não haveria feriado nem manifestações no Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, em 20 de novembro. No livro “Não somos racistas”, publicado em 2006 pela Nova Fronteira, ele garante que não há discriminação racial no Brasil e que todos vivem em harmonia.
Por Altamiro Borges*