A direita brasileira tem no seu DNA o golpe de 1964 e a ditadura militar. No momento mais decisivo da história brasileira até aqui, quando se jogava o futuro do país, no choque entre democracia e ditadura, a direita – em todas as suas vertentes, partidárias, intelectuais, midiáticas, empresariais, religiosas – ficou com a ditadura.
Por Emir Sader, em seu blog
Quando a Comissão da Verdade se tornou lei, teria sido melhor definir seus integrantes e instalá-la de imediato "ou usar o largo prazo de 180 dias para compô-la, contando em enfraquecer com o tempo e a persuasão as reações dos temerosos ou contrários à veracidade histórica"?
Por Celso Lungaretti, no blog Naufrago da Utopia
A Comissão da Verdade nem foi instalada, e o clima já esquentou. Dezenas, na realidade centenas de militares se insubordinaram, lançando um manifesto contra Dilma e o ministro da Defesa, Celso Amorim. Um manifesto contra a Democracia brasileira, seria melhor dizer.
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador
Em dezembro, o Uruguai, em respeito a acordos internacionais assinados pelo país reconhecendo que crimes de lesa-humanidade cometidos por agentes do Estado são imprescritíveis, abriu brechas em sua esdrúxula lei de anistia para investigar sequestros, assassinatos e torturas cometidos durante a última ditadura militar e punir os responsáveis.
Por Eric Nepomuceno*, na Carta Maior
O fato de o menino Ismael Ferreira da Conceição ter sido chutado, espancado e de ter levado choques por policiais militares [no Bairro Uberaba, de Curitiba, PR] tem uma relação direta com a falta de investigação dos crimes cometidos por autoridades durante a ditadura militar.
Por Rogerio Waldrigues Galindo, em Gazeta do Povo
O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse acreditar no "profissionalismo" das Forças Armadas de hoje, ao comentar as reações de militares da reserva contrárias ao debate no governo sobre os crimes cometidos pela ditadura militar. Em entrevista no Senado, nesta terça-feira (6), ele lembrou que a Comissão da Verdade, que vai analisar violações de direitos humanos cometidas de 1946 a 1988, foi criada por uma lei aprovada pelos parlamentares.
Em repúdio as manifestações de setores militares contra a Comissão da Verdade, 110 cineastas lançaram, nesta segunda-feira (5), manifesto em favor dos trabalhos da Comissão e pela defesa do direito de conhecer o que representou os 21 anos de ditadura no país.
O colunista Hélio Schwartsman, na Folha de S. Paulo deste sábado (3), após fazer uma profissão-de-fé antiditatorial como preâmbulo, sustenta ser um "exagero, porém, que as leis e regulamentos castrenses permitam enquadrar e punir por desrespeito à hierarquia os oficiais reformados, que são, para todos os efeitos, cidadãos aposentados".
Por Celso Lungaretti (*)
Sob a presidência de um ex-preso político, o deputado Adriano Diogo (PT), foi realizada, nesta quinta-feira (1°), às 19 horas, na Assembleia Legislativa de São Paulo, a primeira sessão da Comissão Estadual da Verdade.
A mais recente indisciplina de militares reformados contra a Comissão da Verdade, em manifesto onde tentam intimidar com as palavras "a aprovação da Comissão da Verdade foi um ato inconsequente, de revanchismo explícito e de afronta à Lei da Anistia com o beneplácito, inaceitável, do atual governo" acende na gente duas observações.
Por Urariano Mota*
A Comissão da Verdade criada por indígenas panamenhos para investigar a repressão policial aos protestos dos nativos, que deixaram três mortos, revelou neste sábado (11) que se contabilizaram 110 desaparecidos.
O fotógrafo Silvaldo Leung Viera, autor da foto do jornalista Vladimir Herzog morto dentro das dependências do Exército em São Paulo, afirmou à Folha que está "disposto" a contribuir com a Comissão da Verdade.