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Comissão da Verdade diz que já são 110 panamenhos desaparecidos

A Comissão da Verdade criada por indígenas panamenhos para investigar a repressão policial aos protestos dos nativos, que deixaram três mortos, revelou neste sábado (11) que se contabilizaram 110 desaparecidos.

Essa situação mantém-se em meio a difíceis negociações que se realizam na Assembleia Nacional entre indígenas, deputados e mediadores, quase estancadas agora por dificuldades em chegar-se a um acordo sobre a construção de hidroelétricas nos territórios dos originários.

Os indígenas falam de um terceiro morto na repressão ao encontrar-se o cadáver em decomposição de uma mulher na área de conflito em San Félix, Chiriquí, revelou o cacique Celio Guerra, presidente do Congresso Tradicional Ngöbe.

Também disse que outra menina foi estuprada por policiais, o que somaria duas menores nessa situação. O ministro do Governo, Jorge Ricardo Fábrega, disse que se investiga o fato e espera que se apresente a denúncia sobre o mesmo.

Os indígenas da Comarca Ngöbe Buglé bloquearam em 31 de janeiro a via Interamericana em diferentes pontos de Chiriquí, em rejeição à eliminação do artigo 5 de um projeto de lei de mineiração, que proíbe concessões em seu território.

No último domingo (5), o Governo reprimiu os indígenas, e morreu no conflito Jerónimo Rodríguez Tugri e o menor Mauricio Méndez, cujas causas ainda são investigadas, além do último caso reportado da indígena ainda não identificada.

O mais preocupante agora são os 110 desaparecidos, pois testemunhas como Dabari Krundu, da Coordenadora indígena, asseguram que houve mais mortes mas isso não tem saído à luz pública porque a polícia transportou os cadáveres em helicóptero.

O doutor Vicente Saldaña, que preside a Comissão da Verdade, disse que investiga-se se podem confirmar a veracidade das violações, e da suposta indígena morta pois não se pôde verificar as denúncias sobre desaparecidos.

Fonte: Prensa Latina