O deputado tucano, vice-presidente do PSDB nacional e presidente estadual da sigla em Pernambuco, Bruno Araújo (SP), que deu o voto decisivo para a abertura de processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff no último domingo (17), é um dos políticos que tiveram seus nomes citados em planilhas da Odebrecht, apreendidas durante a Operação Acarajé, da Policia Federal, no final de março.
A deputada Raquel Muniz (PSD-MG) foi protagonista neste domingo (17) de um dos votos mais acalorados pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Ao proferir seu voto, elogiou o marido, Ruy Adriano Borges Muniz, prefeito de Montes Claros (MG), e o citou como exemplo de que “o Brasil tem jeito”. Mas, no dia seguinte, a notícia da prisão do prefeito nos instiga à reflexão de quanto dos discursos proferidos pelos deputados revelam uma hipocrisia cada dia mais exaltada pela sociedade brasileira.
Em reportagem publicada nesta terça-feira (12), o The New York Times destaca a votação do relatório de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff na segunda-feira (11) e reforça: "Deve-se lembrar que Dilma é uma das raras figuras políticas no Brasil que não estão enfrentado acusações de enriquecimento pessoal ilícito."
O ex-senador do PTB, Gim Argello foi preso preventivamente nesta terça-feira (12), em Brasília, na 28º fase da Operação Lava Jato, sob suspeita de ter recebido propina em troca de sua atuação política em CPI's que investigavam a Petrobras, informou o Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR). Ele foi líder do PTB no Senado, mesmo partido do relator Jovair Arantes, que teve parecer aprovado pela Comissão de Impeachment na Câmara dos Deputados na noite desta segunda-feira (11).
Há uma histeria nacional em torno do tema da corrupção. Em todas as esquinas, nas ruas, nas praças, nos bares, nos clubes, nas residências, onde quer que se junte um grupo de amigos para conversar, na maioria dos casos, a corrupção será apontada como o maior problema do Brasil. Mas no automatismo em que vive a sociedade midiática, ninguém parou um segundo para perguntar: mas quem elegeu a corrupção como o “grande problema” e por quê?
Por Celso Vicenzi*, em seu blog
Fraudes, evasão de divisas, sonegação de impostos, superfaturamento, tráfico de influência. Os “Panama Papers” dizem respeito aos quatro “terabytes” de documentos vazados sobre a Mossack Fonseca – matriz internacional de offshores, que criou centenas de empresas de papel pelo mundo com o fim principal de ocultação de patrimônio.
Por Paulo Pimenta*
Por *Carlos Campelo
O Brasil não é para principiantes. A experiência, artifício usual daqueles que buscam compreender o passado para desvendar o futuro, é fundamental para entender as razões pela qual a história se repete primeiro como tragédia, depois como farsa. A questão é que, em um país intelectualmente pobre e sem memória, somos quase todos principiantes, acreditando piamente na existência de museus de grandes novidades.
Por Guilherme Santos Mello*, no Brasil Debate
Além de ser vaiado na avenida paulista neste domingo (13), o senador Aécio Neves teve outra dor de cabeça. Na mesma data, manifestantes fizeram uma intervenção no aeroporto de Cláudio, localizado na zona oeste Minas Gerais. Em uma ação bem-humorada, transformaram o local em um bunker de resistência democrática a partir dos céus, soltando pipas.
Para o professor de Ciência Política Armando Boito, o combate à corrupção – que, em teoria, mobilizou milhares de pessoas no domingo (13) – é utilizado pela oposição, de forma seletiva, para substituir seu programa real, bem menos popular. Segundo ele, a crise econômica, “as revelações e invenções” da Lava Jato e a atuação de uma “mídia militante” têm insuflado a população a se manifestar contra o governo e o PT. Ele alerta para os riscos de uma investida golpista, que, avalia, não será indolor.
Professor de Ciência Política da UFF e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o sociólogo Jessé Souza afirma que o país enfrenta uma tentativa de golpe jurídico e midiático. Em entrevista ao Portal Vermelho, ele avalia que a 24ª fase da Operação Lava Jato explicitou a “seletividade” com que a corrupção é tratada no Brasil. Para Souza, a mídia conservadora atua como partido político e manipula o tema para encobrir a “rapinagem econômica” da elite.
Por Joana Rozowykwiat
Em apenas nove dias, no final de dezembro de 2012 e início de 2013, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) gastou no cartão de crédito US$ 42,2 mil em restaurantes, hotel e lojas de grife em Miami Beach, valor equivalente a R$ 169,5 mil numa época em que ele ganhava na Câmara R$ 17,7 mil.