Troca de e-mails entre executivos da Siemens indica que empresas tiveram acesso, com antecedência, aos planos da Companhia de Trens Metropolitanos (CPTM) para quatro licitações realizadas pelo governo de São Paulo em 2004, durante o segundo do tucano Geraldo Alckmin (PSDB).
Em grave crise financeira, a Editora Abril, que vem cortando títulos e demitindo profissionais, acaba de atirar de vez sua credibilidade no lixo. Numa reportagem vergonhosa, sobre o caso Siemens, a revista Veja é capaz de dedicar seis páginas ao escândalo que movimenta o debate político no Brasil como se ele ocorresse na lua ou em outro planeta – e não em São Paulo, onde fica a sede da editora.
O corregedor do estado de São Paulo, Gustavo Úngaro, disse nesta sexta-feira (9) que "qualquer pessoa poderá" ser ouvida pelo órgão durante as apurações do caso Siemens. Ele deu a declaração ao ser questionado sobre a possibilidade de convidar o ex-governador tucano José Serra a dar explicações sobre sua conversa com um executivo da multinacional alemã.
Empresas concorrentes na licitação para compra de trens da linha 5 do metrô de São Paulo, um contrato de R$ 620 milhões, realizavam “reuniões secretas” de acordo “com o desejo” e também “por pressão” do próprio governo tucano de SP. As informações, que evidenciam a formação de cartel nas licitações, estão contidas no diário de funcionário da Siemens entregue à direção da empresa e encaminhado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça.
Já acostumado às blitz policiais, o senador Aécio Neves, o cambaleante presidenciável tucano, está jogando pesado para bloquear qualquer aventura do seu rival José Serra. Em reunião nesta terça-feira (6), que contou com a presença dos 27 dirigentes estaduais do PSDB, ele conseguiu abortar a proposta de prévias internas para definir o candidato da legenda.
Por Altamiro Borges*, em seu blog
As graves denúncias sobre cartel (acordo ilegal entre empresas para aumentar preços de produtos e serviços) nos contratos de trem e metrô reacendem as críticas sobre possível favorecimento de empresas e particulares, tendo em vista os baixos investimentos do governo do estado nesse estratégico meio de locomoção em massa.
Por Carlos Neder*, no blog Viomundo
Com as denúncias ampliadas a cada dia em relação ao metrô, à CPTM e a contratos do governo na gestão tucana em São Paulo, a abertura de CPI na Assembleia de São Paulo e/ou no Congresso Nacional ganha ainda mais necessidade.
Por José Dirceu*, em seu blog
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pode ser criada na Câmara dos Deputados para investigar as denúncias de formação de cartel entre as empresas responsáveis pelas obras e pela manutenção dos equipamentos do metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, em São Paulo.
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) está investigando suposto cartel nas licitações para manutenção do sistema de transporte da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF).
A Alstom destinou mais de US$ 20 milhões em propinas ao Brasil e parte do dinheiro foi parar em cofres de partidos políticos. A constatação faz parte da investigação realizada pela Justiça suíça e foi obtida pelo Estadão. A principal sigla acusada de receber as propinas nas denúncias reveladas até o momento é o PSDB paulistano.
A ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia votou, nesta quarta-feira (7), pela condenação do senador Ivo Cassol (PP-RO) pelo crime de fraude em licitação. Ela é relatora de ação penal sobre fatos ocorridos na época em que ele era prefeito de Rolim de Moura (RO), entre 1998 e 2002. O julgamento foi suspenso em seguida, sem aplicação da pena.
O PT conseguiu 26 das 32 assinaturas necessárias para instalar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) para apurar as denúncias de fraudes em licitações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Segundo o líder do partido na Assembleia, deputado Luiz Claudio Marcolino (PT), a CPI vai aprofundar as investigações das denúncias que começaram a ser feitas em 2008.