Para a defensora pública, Daniela de Albuquerque, os usuários de crack acabam sendo forçados a irem para outro lugar; "e em qualquer lugar que eles se encaminhem no centro da cidade existe violência física". Os moradores do centro de São Paulo já chamam a operação de "limpeza". "Teria que ser evidente que o que aconteçe aqui não é um problema de polícia. É um problema social. E de forma insistente o Estado tenta resolver isso com a polícia chegando em primeiro lugar", acrescenta Albuquerque.
Cerca de 100 policiais militares ocuparam a Cracolândia, região central da capital paulista, área conhecida pela concentração de usuários e traficantes de drogas, desde a manhã da terça-feira (3). O intuito da ação policial, batizada como Operação Nova Luz, é coibir o tráfico de drogas. Porém, especialistas alertam que a operação poderá abrir possibilidades de aplicação de uma política de limpeza social e risco de internação compulsória em massa.
O vereador Jamil Murad (PCdoB), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, percorreu as ruas do centro de São Paulo, conversou com uma equipe de guardas-civis e visitou a Tenda Mauá, conveniada da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) que recebe crianças e adolescentes da região.