O “bate-papo secreto” do procurador da República Deltan Dallagnol foi com bancos que também são réus na ação coletiva ajuizada contra a Petrobras nos Estados Unidos. O encontro foi bancado pela XP Investimentos, mas o procurador nega que tenha recebido para falar com os representantes dos bancos. E diz não ver conflito de interesses no encontro, já que, segundo ele, o Ministério Público Federal não se envolveu na ação dos EUA e o assunto não foi discutido no dia.
Por Pedro Canário*
Em meio a questionamentos sobre os métodos da Lava Jato, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomará iniciativas para validar juridicamente as mensagens de Telegram envolvendo integrantes da operação. A informação foi publicada nesta sexta-feira (4) na Folha de S.Paulo. Por meio do ministro Gilmar Mendes, o tribunal vai acionar a PGR (Procuradoria-Geral da República) para buscar verificar a autenticidade dos arquivos. Outros integrantes do STF apoiam o movimento de Gilmar nos bastidores.
A fala contundente do ministro Gilmar Mendes hoje (2) no Supremo Tribunal Federal pode levar a Procuradoria Geral da República a investigar o conteúdo da Vaza Jato. Seria algo inédito em quase quatro meses de revelações sobre eventuais crimes e abusos de estrelas da Lava Jato, como o ex-juiz federal Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol.
Por Kennedy Alencar
A ausência do procurador da República Deltan Dallagnol, chefe da Força-Tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, em debate realizado nesta terça-feira (10), na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara foi criticada por deputados da esquerda.
Por Christiane Peres, do PCdoB na Câmara
Há três meses, uma série de reportagens publicadas pelo site The Intercept Brasil e seus parceiros vem revelando a forma como procuradores da República e o então juiz Sergio Moro utilizaram politicamente a Operação Lava Jato. No entanto, apesar das revelações publicadas pela imprensa brasileira, até o momento não houve sanções aos envolvidos.
Por Christiane Peres, do PCdoB na Câmara
Tomando café da manhã no domingo, detalhava a Rosane, minha esposa, os últimos diálogos publicados pela Folha e Intercept. Lia, da tela do celular, o diálogo de Deltan com seu colega Andrey, que lhe alertara acerca da ilegalidade dos grampos telefônicos e da ilegalidade da divulgação da conversa entre Lula e Dilma, naquele fatídico dia 16 de março de 2016. Deltan diz, então:
*Por Lenio Luiz Streck
O procurador Deltan Dallagnol planejou se candidatar ao Senado nas eleições 2018, revelam mensagens trocadas via Telegram e entregues ao Intercept por uma fonte anônima. Num chat consigo mesmo, que funcionava como espaço de reflexão do procurador, ele se considerou “provavelmente eleito”. Também avaliou que a mudança que desejava implantar no país dependeria de “o MPF lançar um candidato por Estado” – uma evidente atuação partidária do Ministério Público Federal, proibida pela Constituição.
Investigação da agência Pública em parceria com o Intercept analisou diálogos em que procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato pede recursos para empresários e indica doadores para o Instuto Mude, que teria função de combater a corrupção.
Por Alice Maciel, Bruna de Lara, Agência Pública/The Intercept Brasil
A exemplo da procuradora Jerusa Viecili – sua colega na operação Lava Jato em Curitiba (PR) –, Deltan Dallagnol respaldou a “Vaza Jato”. Em entrevista nesta sexta-feira (30) à BBC, o comandante da operação se retratou por ter sido “um pouco irresponsável” ao ironizar a morte de parentes do ex-presidente Lula. Ao fazer mea-culpa, Dallagnol confirmou, de forma indireta, a autenticidade das mensagens obtidas e divulgadas pelo site The Intercept Brasil.
Por André Cintra
Procuradores da Lava Jato usaram vazamentos com o objetivo de manipular suspeitos, fazendo-os acreditar que sua denúncia era inevitável, mesmo quando não era. O intuito, eles disseram explicitamente em chats do Telegram, era intimidar seus alvos para que fizessem delações. Além de eticamente questionável, esse tipo de vazamento prova que o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, mentiu ao público ao negar categoricamente que agentes públicos passassem informações da operação.
Mesmo após a confissão do procurador Diogo Castro de Mattos que pagou por um outdoor para promover a Lava Jato, o corregedor-geral do Ministério Público Federal, Oswaldo Barbosa, abafou o caso após trocar mensagens com Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa. A peça publicitária, instalada próxima ao aeroporto de Curitiba, era ilegal.
Mensagens analisadas pelos sites The Intercept Brasil e El País mostram que força-tarefa de Curitiba preferiu buscar acordos a investigar acusações contra as instituições financeiras. Enquanto desenhava estratégia, Dallagnol fez palestra na Febraban.