Para Silvio Mieli, jornalista e professor da faculdade de Comunicação e Filosofia da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), a concentração de poder nos meios de comunicação é um espelho da concentração fundiária. Em entrevista, ele analisa a atual conjuntura de luta pela democratização da comunicação no país.
"No dia em que a SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) me felicitar, aí sim me preocuparei. Se os cachorros ladram, é sinal de que estamos avançando. Se a SIP questiona, critica, quer dizer que (…) está sendo inaugurada a verdadeira liberdade de expressão", disse neste fim de semana o presidente do Equador, Rafael Correa.
Por Ana Maria Passos, no Opera Mundi
Entre sexta-feira (12) e terça (16), a cidade de São Paulo recebeu a 68º Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que tem sido nos últimos anos a principal porta-voz dos donos da grande mídia hegemônica no continente. Confira um vídeo que conta a origem da SIP e quem está por trás dos ataques aos governos progressistas da Argentina e do Equador, que tentam regulamentar a mídia em seus territórios.
“Existe censura no Brasil, mas ela é feita pela imprensa, uma imprensa que é majoritária que não abre espaço, por exemplo, para os movimentos sociais”. Esse foi o tom dado por Laurindo Leal Filho, professor e pesquisador da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de Sãop Paulo, ao falar sobre a 68° Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e a luta por um novo marco regulatório das comunicações no Brasil.
Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo
Há quase 200 anos, os embaixadores das maiores potências da Europa se reuniram em Viena, na Áustria, com o mesmo objetivo que, por esses dias, juntou em São Paulo os barões da mídia panamericana na 68ª Assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP).
Por Leandro Fortes*
Nesta quinta-feira (18), quando se comemora o Dia Nacional de Luta pela Democratização da Comunicação, os deputados realizaram audiência pública na Câmara para debater a liberdade de expressão e lançaram no Congresso Nacional a campanha “Para Expressar a Liberdade – Uma nova lei para um novo tempo”, por um novo marco regulatório das comunicações.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está na Argentina, onde cumpre intensa agenda política: almoçou com a presidenta Cristina Kirchner, na quarta (17), e participa, nesta quinta (18), de um congresso empresarial. Em entrevista ao jornal La Nación, ecoando o amplo debate a respeito da entrada em vigor da Lei dos Meios naquele país, Lula foi taxativo ao avaliar a situação do Brasil: “aqui precisamos instalar uma discussão política sobre um novo marco regulatório da comunicação”.
A Federação Argentina de Trabalhadores da Imprensa (Fatpren) condenou nesta quarta-feira (17) o “lobby da mentira” orquestrado pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) – historicamente ligada à CIA e ao Departamento de Estado dos EUA – em favor do grupo monopolista de mídia Clarín, que quer continuar desrespeitando a legislação contra a democratização da comunicação.
Por Leonardo Wexell Severo
O dirigente do Grupo Estado, Júlio César Mesquita, não escondeu sua frustração. Diante da cadeira vazia na cerimônia de abertura da 68ª Assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa, comparou a atitude da atual presidente a de seus antecessores, Ernesto Geisel e Fernando Collor, nos dois convescotes da agremiação anteriormente por aqui realizados.
Por Breno Altman*, Opera Mundi
Comitê Anfitrião da Assembleia Geral da SIP critica ausência de Dilma e lembra que foi a segunda vez que o presidente do Brasil não prestigiou o encontro. Em cerimônia, organização atacou novamente os governos da Venezuela, Argentina, Bolívia e Equador. E o governador Alckmin afirmou que a liberdade de expressão tem sido “executada por lemas grandiosos como a democratização da comunicação”.
Depois da divulgação de uma carta assinada por personalidades, brasileiras e estrangeiras, contra ações da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), reunida desde a sexta-feira (12) em São Paulo, dezenas de ativistas que defendem a democratização da comunicação se concentraram na manhã desta segunda (15), em frente ao Hotel Renaissance, centro da capital paulista, para reforçar o descontentamento com o monopólio de comunicação na América Latina. À tarde, acontece uma contraconferência.
Neste domingo (14), como resposta as ações da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), dezenas de personalidades e ativistas sociais assinaram manifesto que rechaça a tentativa da SIP de colocar no banco dos réus os governos que têm assumido a responsabilidade de abrir caminhos à perspectiva de avançar na democratização dos meios de comunicação.