A situação crítica no principal reservatório de abastecimento de água de São Paulo, o Sistema Cantareira, levou a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) a solicitar à Agência Nacional de Águas (ANA) e ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), autorização para ampliar a retirada de água da reserva técnica.
Um acordo firmado nesta terça-feira (18) em Brasília pretende garantir o abastecimento de água nos estados do Sudeste. Foi discutido o cenário de abastecimento do Rio Paraíba do Sul, nos municípios que dependem diretamente do rio.
Reunião na sede da Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília, debaterá alternativas para a operação dos reservatórios do sistema Paraíba do Sul, com vistas a estudar a viabilidade de interligação do reservatório do rio Jaguari, localizado em Igaratá (SP), ao reservatório Atibainha, localizado em Nazaré Paulista (SP), que integra o Sistema Cantareira.
O Ministério Público Federal (MPF) afirmou por meio de nota nesta quarta-feira (6) que a resposta dada pelo governo do Estado de São Paulo e pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) sobre a necessidade de racionamento de água no estado é “incompleta e insatisfatória”. O Sistema Cantareira passa por uma seca histórica que já afeta o abastecimento em várias regiões da grande São Paulo.
Uma reportagem que foi ao ar na edição deste último domingo (3) do Fantástico, da TV Globo, teve como “gancho” a notícia de que o Ministério Público Federal de São Paulo recomendou ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) a decretação imediata do racionamento na região metropolitana da capital. Mas desenvolveu-se com um talento impressionante para a manipulação política favorável ao governador e a seu partido.
As reservas hídricas do Sistema Alto Tietê estão com apenas 20,7% da sua capacidade, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico de SP (Sabesp). Em fevereiro, o Alto Tietê apresentava 42% do seu volume total, com a transferência de 1/3 do volume de seus reservatórios para o Sistema Cantareira, tem sofrido queda diariamente no armazenamento de água.
O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo recomendou ao governador Geraldo Alckmin e à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) que apresentem projetos para a implementação do racionamento de água nas regiões atendidas pelo Sistema Cantareira. Segundo o MPF, a recomendação, divulgada nesta segunda-feira (28), pretende evitar um colapso do conjunto de reservatórios, que abastece 45% da região metropolitana da capital.
As represas de São Paulo estão passando pela maior seca da história. A falta de chuva, somada ao descaso com a água e o tratamento de esgoto em 20 anos de administrações tucanas podem deixar milhares de paulistanos sem abastecimento nos próximos meses.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgou na semana passada um estudo que mostra os estragos causados pela crise de abastecimento de água que atinge a população paulista. O levantamento foi feito entre os dias 12 e 26 de maio com 229 empresas de micro e pequeno porte (até 99 empregados), 140 de médio porte (de 100 a 499 empregados) e 44 de grande porte (500 ou mais empregados).
Um Grupo Técnico composto por representantes dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais irá debater a proposta de interligar o reservatório de Jaguari, na bacia do rio Paraíba do Sul, ao reservatório Atibainha, que integra o Sistema Cantareira.
O promotor de Justiça Ricardo Manuel Castro, autor do inquérito civil que cobra explicações do governo do estado de São Paulo sobre remanejamento de água do sistema Alto Tietê a áreas atendidas pelo Cantareira, afirmou que aguarda explicações até o final deste mês. O complexo Alto Tietê atende a dois municípios do ABC paulista: Santo André e Mauá.
O nível nos reservatórios do Sistema Cantareira continua sofrendo quedas consecutivas, chegando nesta segunda-feira (14) a 18,2% da sua capacidade de armazenamento, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Todo o volume útil do sistema foi consumido e resta agora apenas o volume morto – reserva técnica, que era 18,5%. A Sabesp garante o abastecimento até meados de março do próximo ano.