A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) emitiu nesta quarta-feira (15) nota aos acionistas e ao mercado informando que apresentará proposta de reajuste tarifário de 22,7%. “O pleito da Sabesp objetiva cobrir custos de energia e de queda de volume faturado”, acrescentou a empresa.
Nesses primeiros 13 dias de abril, o volume de chuva no Sistema Cantareira, o maior manancial de abastecimento da região metropolitana de São Paulo, foi o mais baixo desde 2005, para o mesmo período. De acordo com os dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), foram captados apenas 11,2 milímetros (mm), representando 12,5% do total esperado para todo o mês (89,8 mm).
Em meio à mais grave crise hídrica já registrada no Sudeste brasileiro, rios e nascentes que abasteceram a capital de São Paulo até o início dos anos 1960 são alvo de desavenças entre governo estadual, Ministério Público e ambientalistas.
Apesar das chuvas registradas nos meses de fevereiro e março, a situação hídrica continua crítica na Região Sudeste, afirma o professor Paulo Carneiro, do Laboratório de Hidrologia do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo mandou a Sabesp refazer o edital para obra de transposição das águas da represa Jaguari, na bacia do Rio Paraíba do Sul, para a represa Atibainha, com o objetivo de reforçar o Sistema Cantareira. Em decisão tomada ontem (18), o plenário do colegiado acatou pedido da construtora Queiroz Galvão, de que o documento contém restrições excessivas para a participação das empresas, o que poderia impedir a ampla concorrência.
A crise hídrica que atingiu o Sudeste do país – principalmente São Paulo – serviu de alerta para as demais regiões. No Distrito Federal (DF), a atual preocupação das autoridades é encontrar alternativas para aumentar a captação de água. A redução das perdas no sistema e a conscientização da população também estão entre as prioridades.
Em declaração à sessão da CPI na Câmara Municipal que estuda contratos da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o promotor de Justiça e secretário executivo do Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema), do Ministério Público do Estado de São Paulo, Ricardo Manuel Castro, alertou que o uso da chamada segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira poderia causar malefícios à saúde.
O governo de Minas Gerais vai adotar o programa Cultivando Água Boa (CAB), desenvolvido pela Itaipu Binacional e parceiros, como principal ferramenta para a recuperação de microbacias e o enfrentamento da crise hídrica no estado.
Após pressão dos municípios que são abastecidos pelos sistemas Cantareira e Alto Tietê, o governo de São Paulo criou um grupo de trabalho para elaborar plano de contingência para o caso de colapso no abastecimento de água na Grande São Paulo. A decisão do secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Benedito Braga, determina a formação e as atribuições do grupo executivo ligado ao Comitê de Crise Hídrica.
A Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) firmou 42 novos contratos de demanda firme com grandes empresas na capital paulista em 2014. Juntas, essas companhias consumiram 1,8 milhão de metros cúbicos (m³) de água no ano passado, pagando uma tarifa muito menor do que a utilizada com o comércio e os consumidores residenciais em geral.
Prefeitos que integram o Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) cobraram mais clareza do governo estadual sobre a crise no abastecimento de água e pediram a conclusão de obras emergenciais para reverter a seca na região, em reunião na segunda-feira (2) com representantes do governo Alckmin.
A Agência Nacional de Águas (ANA) reduziu, até 30 de junho, o limite mínimo da vazão afluente na barragem de Santa Cecília, no Rio Paraíba do Sul, de 190 m³/s para 110 m³/s. A resolução foi publicada no Diário Oficial da União e entrou em vigor nesta segunda-feira (2).