O crescimento de 1% da economia brasileira em 2017 não foi lá essas coisas. Perdeu para vários países e não foi suficiente para reduzir o desemprego, que voltou a crescer em 2018, após a recessão de 2015 (-3,55%) e 2016 (-3,60%). Mas, com crescimento de 4,2% em 2017, os milionários brasileiros voltaram a respirar ares de riqueza.
Róber Iturriet Avila analisa a maneira pela qual o Brasil intensifica as desigualdades ao aplicar uma política tributária que privilegia a taxação ao consumo e não à renda.
Economistas que assinam a Nota nº 3 do Cecon/Unicamp preveem que o ritmo lento do crescimento do PIB e do emprego fará com que o Brasil retome apenas em 2022 o nível de produção de 2014. Tempo ainda mais longo será necessário para recuperar emprego e renda.
A parcela 1% mais rica da população mundial concentra hoje 50,1% da riqueza das famílias de todo o mundo, de acordo com relatório do Credit Suisse do ano passado. A elite mundial atualmente possui cerca de 50% da riqueza do planeta, mas a tendência é que o percentual continue a aumentar, segundo o estudo a Biblioteca da Câmara dos Comuns britânica, encomendado pelo deputado trabalhista Liam Byrne.
No ano de 2017, a pobreza extrema atingiu 180 mil pessoas que moram na região metropolitana de São Paulo, segundo levantamento da LCA Consultores publicado pelo Valor Econômico. De acordo com especialistas consultados pelo Portal Vermelho, dois fatores são decisivos para esse resultado: o não acompanhamento monetário do Bolsa Família e o aumento do desemprego. Com a reforma trabalhista, a extrema pobreza deve aumentar ainda mais não apenas em São Paulo, mas no Brasil.
Por Verônica Lugarini
Mais de 40% de crianças e adolescentes de até 14 anos vivem em situação domiciliar de pobreza no Brasil, o que representa 17,3 milhões de jovens. Em relação àqueles em extrema pobreza, o número chega a 5,8 milhões de jovens, ou seja, 13,5%. O que caracteriza a população como pobres e extremamente pobres é rendimento mensal domiciliar per capita de até meio e até um quarto de salário mínimo, respectivamente.
A taxa média de empréstimos a pessoas físicas é de aproximadamente 57,7% ao ano. Uma situação que contribui para manter desigualdades devastadoras.
Por Claire Gatinois
O tema das desigualdades no Brasil, investigado por estudo de grande fôlego, realizado por 23 pesquisadores de diversas áreas das ciências sociais, resultou no livro Trajetórias das desigualdades: como o Brasil mudou nos últimos 50 anos. Fechando o foco sobre o tema, a coordenadora do estudo destaca que há duas versões sobre tal processo.
Dados divulgados nesta quarta (11) pelo IBGE apontam queda na renda dos brasileiros e aumento da desigualdade em 2017. Para o sociólogo e diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, os números são reflexo da grave recessão, enfrentada por Michel Temer com medidas que prejudicam o trabalhador. E o horizonte não é nada animador. A inflação oficial de março, que atingiu o nível mais baixo para o mês em 24 anos, sinaliza que a economia continua debilitada.
Por Joana Rozowykwiat
Dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira (11) mostram que, em 2017, um ano após o golpe parlamentar que tirou do poder a presidenta eleita Dilma Rousseff, a desigualdade aumentou e os rendimentos caíram. Sob a gestão Michel Temer, a renda média mensal dos trabalhadores mais pobres – grupo que contém 4,5 milhões de pessoas, ou 5% da população trabalhadora – recuou de R$ 76, em 2016, para R$ 47 no ano passado.
A riqueza patrimonial ainda é pouco tributada e estudada no Brasil, mas pode ser considerada uma das facetas das desigualdades no país. Para investigar como o patrimônio incide sobre as desigualdades sociais e propor uma tributação sobre grandes fortunas, o economista André Calixtre analisou os dados da Receita Federal e do cadastro eleitoral do TSE, a partir das informações declaradas por 500 mil candidatos em todos os municípios do país, com exceção do Distrito Federal.