O tema das desigualdades no Brasil, investigado por estudo de grande fôlego, realizado por 23 pesquisadores de diversas áreas das ciências sociais, resultou no livro Trajetórias das desigualdades: como o Brasil mudou nos últimos 50 anos. Fechando o foco sobre o tema, a coordenadora do estudo destaca que há duas versões sobre tal processo.
Dados divulgados nesta quarta (11) pelo IBGE apontam queda na renda dos brasileiros e aumento da desigualdade em 2017. Para o sociólogo e diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, os números são reflexo da grave recessão, enfrentada por Michel Temer com medidas que prejudicam o trabalhador. E o horizonte não é nada animador. A inflação oficial de março, que atingiu o nível mais baixo para o mês em 24 anos, sinaliza que a economia continua debilitada.
Por Joana Rozowykwiat
Dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira (11) mostram que, em 2017, um ano após o golpe parlamentar que tirou do poder a presidenta eleita Dilma Rousseff, a desigualdade aumentou e os rendimentos caíram. Sob a gestão Michel Temer, a renda média mensal dos trabalhadores mais pobres – grupo que contém 4,5 milhões de pessoas, ou 5% da população trabalhadora – recuou de R$ 76, em 2016, para R$ 47 no ano passado.
A riqueza patrimonial ainda é pouco tributada e estudada no Brasil, mas pode ser considerada uma das facetas das desigualdades no país. Para investigar como o patrimônio incide sobre as desigualdades sociais e propor uma tributação sobre grandes fortunas, o economista André Calixtre analisou os dados da Receita Federal e do cadastro eleitoral do TSE, a partir das informações declaradas por 500 mil candidatos em todos os municípios do país, com exceção do Distrito Federal.
"Ninguém escolhe ser pobre. Todo pobre é, de fato, um empobrecido. Fruto da loteria biológica, porque nenhum de nós escolheu a família e a classe social nas quais nasceu (…) É preciso acabar de vez com a loteria biológica" Frei Betto.
Por Rita Coitinho*
Comemorado pelo governo, o crescimento de 2017 é enganoso: perderam-se mais de 680 mil ocupações com carteira assinada no setor privado e abriram-se quase 600 mil vagas sem carteira. O índice de Gini aponta para aumento da desigualdade.
Por Fabrício Pitombo Leite*
A crescente desigualdade de riqueza e rendimento é um fenômeno de escala mundial, mas a Índia destaca-se no fato de que o crescimento da desigualdade tem sido mais rápido do que em qualquer outro lugar do mundo.
Por Prabhat Patnaik*, na Carta Maior
O 1% mais rico do mundo ficou com 82% da riqueza mundial criada ano passado. Já os 50% da população mais pobre não ficaram com nada. É o que mostra um novo relatório da ONG britânica Oxfam. Segundo o estudo, em 2017, o mundo viu surgir um novo bilionário a cada dois dias. No Brasil, em um momento de crise, a riqueza dos milionários nacionais cresceu 13%. O trabalho insalubre e mal remunerado de muitos tem garantido a riqueza extrema de poucos.
Às vésperas do Fórum de Davos, ex-candidato rebelde à presidência dos EUA propõe um movimento articulado para enfrentar, em todo o mundo, os poderosos, os bilionários e a desigualdade estrutural
Por Bernie Sanders*
Professor do Instituto de Medicina Social da Uerj afirma que país faz opção "absurda" para combater crise fiscal. "Ficam procurando bode expiatório, a reforma da Previdência, mas é o modelo econômico que é fundamentalmente falho e perverso.
Em 2014, em artigo em Interesse Nacional, “O mal-estar entre nós”, escrevi, preocupado, que uma coisa que eu não havia visto anteriormente, o ódio, havia surgido entre as elites econômicas brasileiras. Poucos leram esse artigo, mas, em fevereiro do ano seguinte, em longa entrevista a Eleonora de Lucena na Folha de S. Paulo, esta preocupação apareceu no título da matéria, e teve ampla repercussão.
Por Bresser-Pereira, em sua página no Facebook