Estudo da Oxfam Brasil divulgado nesta segunda (25) mostra a brutal desigualdade existente no país: os 5% mais ricos detém a mesma fatia de renda que os demais 95%, e o 1% mais rico concentra 48% de toda a riqueza nacional. Para a entidade, o sistema tributário brasileiro reforça as inequidades. Políticas levadas adiante pelo governo Michel Temer, ao invés de combaterem esta situação, devem agravá-la.
No mundo, oito pessoas concentram o mesmo patrimônio que a metade mais pobre da população. No Brasil, a situação é ainda mais aterradora. Por aqui, seis bilionários possuem riqueza equivalente ao patrimônio dos 50% mais pobre da população. A conclusão é de um estudo da ONG Oxfam Brasil. A entidade alerta que os recentes ataques a direitos e a redução do papel do Estado na redistribuição dos recursos aponta para novo ciclo de aumento de desigualdades.
Pedro Herculano de Souza, do IPEA, analisou a mais longa série histórica do IR já publicada, de 1926 a 2013, e constata: O período em que fomos menos desiguais foi entre 1942 e 1963, quando o 1% mais rico chegou a abocanhar ‘apenas’ 17% da renda total.
Para um país situado entre os mais desiguais do mundo, a proliferação de informações e análises a respeito da péssima distribuição da renda, ao invés de contribuir para o seu enfrentamento termina, muitas vezes, favorecendo o contrário.
Por Marcio Pochmann*, na Rede Brasil Atual
Durante a conferência de abertura do Fórum CEO Brasil, do Experience Club, em Mata de São João, na Bahia, a moçambicana Graça Machel, ativista de direitos humanos e viúva de Nelson Mandela, afirmou que a elite tem uma responsabilidade histórica de reduzir as desigualdades e destacou os avanços obtidos durante o governo Lula para quebrar a hegemonia e abrir caminho para o mercado africano.
“Essa não é uma sociedade que tem vergonha da desigualdade”. Não é mesmo, demorô, desde a escravidão, que desgraça. Anote ou guarde o mantra aí que depois pode fazer algum sentido, quem sabe lá no epílogo, na poeira dessa crônica, ave, você que julga, quem sou eu para dizer o que você pensa, simbora.
Por Xico Sá, no El País
Em entrevista ao Jornal Extra Classe, reproduzida no Diário do Centro do Mundo, o economista, professor e um dos mais respeitados pesquisadores sobre a concentração de riqueza no mundo, Antonio David Cattani, afirma que “podres de ricos investem no desastre social”.
Pelo menos em um ponto o país de hoje imita o país da ditadura: nas medidas impostas que concentram ainda mais o poder econômico, político e social na mão de poucos. Entre elas, a emenda do teto de gastos, as reformas trabalhista e previdenciária, e a MP da grilagem.
Ana Luíza Matos de Oliveira*
Começo a pensar que ler Pierre Bourdieu pode ajudar a entender a era Trump, e a forma desigual como as pessoas se comportam. Bourdieu nasceu em 1930, filho de um carteiro de uma pequena cidade. Quando ele morreu em 2002, ele se tornou talvez um dos sociólogos mais influentes do mundo tanto na academia como fora dela.
Por David Brooke
Se forem mantidas as atuais tendências em relação à evolução dos indicadores sociais, o Brasil poderá não atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o ano de 2030. O alerta é de integrantes da sociedade civil, que elaboraram um relatório sobre a situação do país que aponta poucos avanços e até mesmo retrocessos em áreas como redução da pobreza e garantia da saúde.
Um contingente de 14 milhões de desempregados, que podem representar cerca de 60 milhões de pessoas, se contamos os dependentes. E os que perdem suas casas – especialmente os do programa Minha Casa Minha Vida, mas todos em geral –, por não poder continuar pagando suas prestações. E os que se mudam para a casa de parentes, porque não conseguem pagar aluguel.
Por Emir Sader*, na Rede Brasil Atual
Apesar do crescimento mais lento da economia global, os ricos ficaram ainda mais ricos. São quase 18 milhões de famílias que possuem mais de US$ 1 milhão, segundo o último relatório do Boston Consulting Group (BCG). Os ricos representam apenas 1% da população mundial, mas detêm 45% da riqueza de US$ 166,5 trilhões do planeta. Segundo o BCG, até 2021, eles vão controlar mais da metade da riqueza mundial.