Nesta semana, em meio à sucessão de escândalos e à apresentação de uma reforma da Previdência visando submeter as parcelas pobres da população a um regime ainda mais brutal de espoliação no trabalho e sujeição, o sr. Bolsonaro conseguiu encontrar tempo para comentar um filme.
Por Vladimir Safatle, na Folha de S.Paulo
Há 40 anos o Brasil vivia uma situação muito similar à atual em termos políticos. Só que em direção oposta. Enquanto hoje temos um ex-militar na presidência e tomamos um caminho que leva à perseguição das ideias contrárias às de quem está no poder, em 1979, tínhamos um general no Planalto e a oposição à ditadura militar começava a aumentar, com a luta pela democracia e pela liberdade passando a ganhar espaço.
Por Roberto Jardim
O filme Marighella, dirigido pelo ator Wagner Moura, tem estreia mundial nesta semana, durante o 69º Festival Internacional de Cinema de Berlim. O lançamento coincide com os 50 anos da morte do guerrilheiro que foi deputado federal pelo Partido Comunista do Brasil (na época, PCB) e desafiou o regime militar brasileiro, sendo assassinado pela repressão em 4 de novembro de 1969.
Beirando a paranoia, publicação acusou dissidentes do regime militar de infiltração em associações, propaganda ideológica e lavagem cerebral
O Teatro Dragão do Mar sedia nesta sexta-feira (21) e sábado (22), sempre às 19h, a peça “Soledad – a terra é fogo sob nossos pés”. Interpretada pela atriz pernambucana Hilda Torres, o espetáculo conta a história do país pelo viés da vida de uma mulher que foi assassinada pelo regime militar brasileiro, em 1973.
"A história precisa sempre lembrar o que alguns querem que muitos esqueçam, como afirmava o historiador inglês Eric Hobsbawm"
Por Dalton Macambira*
Viúva de Rubens Paiva, político desaparecido em 1971, Eunice tinha 86 anos e deixa cinco filhos.
"Já vimos muita coisa acontecer pelo mundo. Mas um povo que escolhe um presidente que declara com todas as letras que quer um novo AI-5, que apoia a tortura e grupos de extermínio e é a favor da censura, ou seja, um povo que vota contra seus próprios direitos, só vimos aqui no Brasil em 2018. Isso foi possível graças a um trabalho massificante de lavagem cerebral feito pela grande mídia que segue aliada ao grande capital".
No contexto da Guerra Fria o golpe militar de 1964 impôs um regime alinhado politicamente aos Estados Unidos acarretando uma situação de atraso político, desigualdade social, censura aos meios de comunicação e de violenta repressão, que duraria duas décadas.
Por Carolina Maria Ruy*
Decreto emitido pelo regime militar há 50 anos restringia desde o acesso a novelas com cenas de violência e de nudez e canções da MPB até a possibilidade de ler notícias livres de censura e ir às urnas.
Decretado no dia 13 de dezembro de 1968, o Ato Institucional número 5 (AI-5) ficou marcado na história como o nível mais extremo a que chegou o autoritarismo no Brasil e foi o ponto de partida para institucionalizar a repressão política durante a ditadura militar, afirma o historiador Carlos Fico.
Por Júlia Dias Carneiro, da BBC Brasil