Quem viveu a ditadura sempre esperou pela confirmação desta verdade, a de que a cúpula do regime, inclusive os generais-presidente, conheciam e autorizavam os crimes hediondos cometidos pelo aparato repressivo.
Por Tereza Cruvinel*
Segundo memorando da inteligência dos EUA, o ditador manteve a ordem de assassinato de opositores do regime instituída pelo antecessor Emilio Médici.
A reitoria da Universidade de São Paulo (USP) mantinha uma agência de informação que fazia triagem ideológica e fornecia dados aos órgãos de segurança para perseguir alunos, professores e estudantes contrários à ditadura civil-militar (1964-1985).
No último domingo, completou 54 anos do início da ditadura militar no Brasil. A data é referência de uma memória marcada pela opressão e pelo capítulo mais traumático da história recente do país.
O que a execução da vereadora Marielle Franco, em março de 2018, tem em comum com a morte do estudante Edson Luís, em março de 1968? Nada melhor do que perguntar para quem viveu os dois momentos.
O assassinato de opositores não era nenhuma novidade nos primeiros anos do regime militar. Contudo, naquele dia a morte de um garoto de apenas 18 anos, durante um protesto estudantil no Rio de Janeiro, galvanizaria a oposição democrática e popular e faria eclodir o maior movimento de contestação à ditadura desde a sua implantação em 1964.
Por Augusto C. Buonicore*
Um tiro em um restaurante estudantil matou Edson Luís de Lima Souto, secundarista de 18 anos, no dia 28 de março de 1968. A repressão das forças policiais era motivada por um protesto que pedia melhorias do Restaurante Central dos Estudantes, na Ponta do Calabouço, perto do Aeroporto Santos Dumont, Centro do Rio de Janeiro.
Dizem que o ano de 1968 ainda não terminou. Cinquenta anos depois, muitas questões colocadas naquela época não foram resolvidas. É por isso que os estudantes brasileiros continuam se lembrando e homenageando o garoto de 17 anos morto naquele 28 de março. Aproveite a Jornada de Lutas Edson Luís para conhecer melhor esta história.
Juiz determinou que Douglas Garcia Bispo dos Santos e Edson Salomão se abstenham de utilizar expressões, símbolos e fotografias que possam ser claramente entendidas como apologia ao crime de tortura.
Em meio aos festejos de Carnaval, um grupo fascista destoa ao organizar um bloco chamado "Porão do Dops", cujo objetivo é exaltar a tortura durante a ditadura militar no Brasil. O Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça, que reúne ex-presos políticos e ativistas de direitos humanos, repudiou a decisão da juíza Daniela Pazzeto Meneghine Conceição, que permitiu o desfile do grupo.
A Procuradoria de República em São Paulo, do Ministério Público Federal (MPF), denunciou os ex-legistas Abeylard de Queiroz Orsini e Antonio Valentini por terem falsificado laudos sobre os assassinatos de Alex de Paula Xavier Pereira e Gelson Reicher. As falsificações contribuíram para a ocultação dos cadáveres e para a impunidade dos autores das mortes das vítimas, que militavam na ALN (Ação Libertadora Nacional), movimento armado que lutava contra a ditadura militar.
A revelação está no livro “Segredos de Estado: O Governo Britânico e a Tortura no Brasil, de autoria do professor, João Roberto Martins Filho, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar-SP). Em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada neste domingo (14), ele confirmou a “colaboração britânica com a tortura no Brasil” e disse que o país serviu de laboratório para a utilização dos métodos, praticados durante seis anos a partir de 1971.
Por Railídia Carvalho