O resultado político em termos de representação na eleição 2018 demonstra o quanto o momento é acintoso. Personagens políticos que turvam noções de realidade e afrontam o senso de responsabilidade, inteligência e coexistência com a democracia, são majoritariamente os vencedores em nível de legislativo e executivo, incluindo a presidência.
Por André Lemos*
Comunistas criticam texto aprovado no governo Temer e defendem luta nas ruas e no Parlamento para revogar legislação e garantir direitos dos trabalhadores.
Por Christiane Peres*
“O que diabos aconteceu com o Brasil?”, questiona o Prêmio Nobel de Economia, Paul Krugman, em sua coluna publicada nesta sexta-feira (9) pelo jornal "The New York Times". No texto, ele aponta que a austeridade fiscal e o aperto monetário apresentados como solução para a crise no país, na verdade, findaram por aprofundá-la. A crítica já vinha sendo feita por diversos economistas brasileiros, mas tanto Michel Temer quanto seu sucessor, Jair Bolsonaro, insistem na estratégia do ajuste fiscal.
Se fizermos um mínimo esforço intelectual (leia-se "esforço de historicizar os fenômenos") poderemos chegar nos primórdios do liberalismo com Locke escrevendo em 1690 mais um de seus (falso engano é o segundo) "Tratados sobre o Governo" onde a naturalização da desigualdade, a legitimação da propriedade privada e explicar o surgimento do mercado de trabalho servem de base à despolitização de uma invenção recente à época: o dinheiro.
Por Elias Jabbour*
O presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Wellington Leonardo da Silva, repudiou as críticas de Jair Bolsonaro à metodologia empregada pelo IBGE para calcular a taxa de desemprego no país. Para o economista, o futuro presidente do Brasil expõe "desconhecimento" e confirma seu "desapreço pelas instituições públicas". "Demonstra que poderá intervir nessas instituições para que os resultados gerados sejam de seu agrado pessoal ou do interesse político dos que o apoiaram", alerta.
Em países nos quais o Estado não é capaz de garantir de forma democrática os seus monopólios fundadores, o da violência e o da moeda, não raro surgem as soluções ad hoc para essas atribuições.
Por Ricardo Carneiro*
Declarações desencontradas, anúncios desmentidos e ataques à China e ao Mercosul expõem fragilidades e põem o País em risco.
Há economistas que adoram fazer previsões. A grande imprensa se esmera estampar as tentativas dos mais ousados, que chegam mesmo a calcular no detalhe da “casa-depois-da vírgula” variáveis bastante complicadas em sua determinação, tais como os índices de inflação, o nível da taxa de juros e o crescimento do PIB. Há outros, um pouco menos afoitos, que preferimos trabalhar mais com análises da dinâmica da economia e tentar apontar cenários possíveis para o futuro próximo.
Por Paulo Kliass*
O ano de 2018 é o terceiro seguido em que ao menos 1,5 milhão de servidores públicos estaduais podem ficar sem receber o 13º salário. Por falta de dinheiro em caixa neste momento, os governos do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte podem não pagar o benefício aos seus funcionários.
O economista Adolfo Sachsida, do Ipea, também defende o Escola Sem Partido e era um dos conselheiros de Jair Bolsonaro durante a campanha.
Anunciados os resultados do segundo turno do pleito presidencial, é natural que sejam aceleradas as tratativas e as negociações em torno da formatação da versão 1.0 do futuro governo do Capitão Bolsonaro. Por mais que estejamos a dois meses da posse, o novo presidente avança na definição de nomes estratégicos na composição ministerial.
Por Paulo Kliass *
Para o economista Guilherme Mello, as primeiras declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro e de seu futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, indicam que o início de governo será de “muita confusão”. Ele prevê ainda uma boa dose de “estelionato eleitoral”. De acordo com o professor da Unicamp, as 48 horas pós-eleição repetiram o que se viu na campanha: “palavras abstratas e pouca informação sobre o que será feito”. Na sua avaliação, é provável que a gestão finde por descontentar aliados.