Economista defende enfrentamento ao "rentismo" e papel dos bancos públicos. E provoca imprensa comercial: "A mídia defende a livre competição, mas não há livre competição nesse mercado"
A triste e trágica combinação da profunda crise econômica com o processo eleitoral coloca, de forma inescapável, a necessidade de se discutir o caminho trilhado com a adoção do austericídio e as alternativas de política econômica que se colocam para o próximo mandato.
Por Paulo Kliass*
“O mercado” reagiu mal, nesta terça (21), ao resultado da última pesquisa eleitoral, que mostra o ex-presidente Lula em ascensão e Geraldo Alckmin, candidato favorito das finanças, sem decolar. O descontentamento das elites econômicas representadas por essa "entidade" tão abstrata teve como consequência uma alta de 2% no dólar, que voltou a superar o tão temido patamar de R$4,00, depois de quase dois anos.
Por Joana Rozowykwiat
Representante da chapa encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Manuela D’Ávila (PCdoB) defendeu uma reforma do Estado, nesta segunda (20), em sabatina da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). Para ela, é preciso pensar um novo pacto, que viabilize controle e combate à corrupção, mas sem impor entraves aos investimentos. Sua coligação propõe ainda a criação de um fundo de investimento em infraestrutura.
Desalento bateu recorde no país, diz o IBGE, que lida com números, essa coisa fria.
Por Joana Rozowykwiat
Para procurador da Fazenda Nacional, projeto cria uma operação de crédito disfarçada, gerando prejuízo a médio e longo prazo
Quase metade dos jovens brasileiros com idades entre 18 e 29 anos está inadimplente, segundo dados de um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Segundo a pesquisa, cerca de 12,5 milhões de pessoas estão com restrição juntos aos serviços de proteção ao crédito.
As práticas corporativas regidas pela financeirização atiçam a valorização do capital descolada da produção.
Por Luiz Gonzaga Belluzzo*
Em meio ao elevado número de desempregados no país (13 milhões) e a aprovação da reforma trabalhista, os brasileiros sofrem cada dia mais com a diferença de salários na hora de procurar um emprego. De acordo com uma pesquisa do professor do Insper, Sergio Firpo, enquanto um trabalhador com ensino superior recebe R$ 4.911,66, um brasileiro com até um ano de estudo ganha apenas R$ 859,81.
O Indicador de Clima Econômico de julho deste ano do país passou de -11,4 pontos em abril para -45,9 pontos em julho. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), é a segunda queda do índice, que estava em 4,3 pontos em janeiro, em uma escala que varia de -100 (pior avaliação) a +100 pontos (melhor avaliação).
“Em sua configuração atual, o capitalismo escancara a incapacidade de entregar o que promete aos cidadãos”, diz o economista e professor da Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzzo, em artigo publicado no jornal Valor Econômico. Para ele, “normas sociais da concorrência utilitarista” guiam o sujeito pós-moderno e, introjetadas, contribuem para a sua despolitização. Nesse ambiente, “o pequeno fascismo desliza sorrateiro para a alma de cada indivíduo”.
O avanço do calendário eleitoral e a necessidade de os partidos cumprirem algumas exigências da legislação faz com que as candidaturas comecem a ter um formato mais próximo daquilo que deverá ser apresentado aos eleitores como alternativas na urna no dia 7 de outubro.
Por Paulo Kliass*