A batalha contra o desmonte da educação pública ganhou mais um capítulo. Professores, estudantes e demais trabalhadores foram às ruas neste 13 de agosto para protestar novamente contra os cortes do governo federal na educação. Convocada pelos movimentos estudantis, e realizada em 38 cidades de 18 estados, esta foi a terceira mobilização nacional em favor da pasta desde que Bolsonaro tomou posse.
Mais de 40 universidades e institutos federais já criticaram o “Future-se”, o mais privatista dos programas do governo Bolsonaro (PSL) para a educação. A medida, anunciado pelo MEC (Ministério da Educação), abre as instituições públicas de ensino superior para a entrada desenfreada de recursos e projetos da iniciativa privada. A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) foram além e já se manifestaram oficialmente contra a adesão ao programa.
O 3º Grande Ato Nacional em Defesa da Educação, nesta terça-feira (13), levou 1,5 milhão de manifestantes às ruas de 205 cidades do País, conforme a UNE (União Nacional dos Estudantes). Na principal manifestação, em São Paulo, 100 mil pessoas saíram em caminhada do Masp, na Avenida Paulista, até a Praça da República. Em Brasília, houve uma marcha unificada com as mulheres indígenas ali acampadas. As entidades estudantis anunciaram, no começo da noite, a data do próximo ato: 7 de setembro.
No dia em que estudantes e professores foram novamente às ruas protestar contra os cortes de mais de R$ 5 bilhões impostos pelo Governo Federal e contra a tentativa de desmonte da educação pública gratuita do país, o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA) ocupou a tribuna da Câmara dos Deputados para anunciar que o Governo do Maranhão deve inaugurar, já em 2020, a primeira escola de tempo integral bilíngue do Estado.
As 27 capitais e as principais cidades brasileiras serão palco, nesta terça-feira (13/8), de grandes manifestações populares contra os desmandos e os retrocessos do governo Jair Bolsonaro (PSL). Sob o lema “Em Defesa da Educação, Aposentadoria, Trabalho, Salário e Saúde Pública”, os protestos são liderados pelo movimento estudantil – especialmente a UNE –, pelas centrais e sindicatos de professores, além das Frentes Povo sem Medo e Brasil Popular.
A pauta nacional tem demonstrado, diariamente, como é assustador o comportamento de quem deveria ser a principal representação da nação. Ofensas, desrespeito, discursos incoerentes e muita confusão completam um verdadeiro terrorismo ideológico.
Por Flávio Dino*
“Anísio Teixeira foi o campeão na luta contra a educação como privilégio”, disse o sociólogo Florestan Fernandes, em texto destacado na orelha do livro Breve história da vida e morte de Anísio Teixeira – Desmontada a farsa da queda no fosso do elevador, de João Augusto de Lima Rocha, recentemente lançado pela Edufba, a Editora da Universidade Federal da Bahia, onde o autor é professor titular da Escola Politécnica.
A onda gigante de defensores da educação pública, gratuita, democrática e de qualidade é uma força da natureza que não se pode conter.
Por José de Ribamar Virgolino Barroso*
O Ministério da Educação (MEC) congelou o valçor que seria destinado à produção e compra de livros e à distribuição de materiais didáticos e pedagógicos para a educação básica.
Se a classe média voltasse maciçamente ao ensino público e gratuito, com a força aparentemente por ela mesma desconhecida, poderia exigir qualidade e melhores condições de trabalho ao professorado.
Por Val Gomes*
A República Velha foi marcada por intensos conflitos e mudanças sociais no Brasil. Grandes donos de terras, obrigados a substituir a mão de obra escravizada pela assalariada, enfrentaram ondas de insatisfação de trabalhadores e rebeliões em vários pontos do País. Essa época produziu importantes figuras pouco conhecidas pela história oficial. É o caso de Joseph Jubert, professor e advogado francês que enfrentou fazendeiros e desafiou autoridades por melhores condições de trabalho nas lavouras.
Bolsonaro elegeu as universidades federais como seu alvo de ataques, durante esses seis primeiros meses de mandato, ao disparar embustes como marca de uma prática cotidiana, que mistura o privado com o cargo mais alto da República Brasileira.