Paris, Londres e Lisboa foram algumas das cidades que realizaram neste sábado (12) manifestações pedindo mais generosidade no tratamento com os milhares de refugiados que chegam à Europa nos últimos meses. Os atos ocorreram pacíficamente. Milhares de pessoas defenderam, no Dia Europeu de Ação pelo Refugiado, e um melhor tratamento no acolhimento dos 430 mil migrantes que, segundo a Orgnização Internacional para as Migrações, chegaram aos países da União Europeia desde o início de 2015.
O relatório da organização não-governamental Oxfam, apresentado nesta quarta-feira (9), em Madri, apontou que a Europa registra níveis “inaceitáveis” de desigualdade em 2015, com mais de 25% da população da União Europeia (UE) vivendo em risco de pobreza e de exclusão social.
Quem acorrer às suas férias anuais nas areias das praias gregas, turcas, francesas ou italianas poderá se deparar com embarcações de todos os tipos e tamanhos trazendo famílias inteiras de refugiados, quando não tendo que se incorporar ao resgate de corpos humanos, sim humanos, que vem bater na praia, trazidos pelas ondas do mar. Não seria uma cena muito agradável para as doces e esperadas férias dos europeus.
Por Ana Prestes* e Moara Crivelente**
Os países que têm a responsabilidade pelos conflitos devem assumir também a responsabilidade pelas calamidades que estes conflitos provocam – inclusive os refugiados, declarou nesta terça-feira (8) o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov.
Vários países europeus têm vindo a alargar vedações e a reforçar efetivos para impedir a entrada de refugiados, cujo fluxo crescente só tem paralelo com o êxodo da II Guerra Mundial.
A vaga de refugiados na Europa é um dos temas salientes da atualidade, mas, salvo raras exceções, as suas causas profundas não são afloradas nas mídias. Os responsáveis da UE, ainda a digerir o recente memorandum colonial de subjugação da Grécia, dão mostras de cinismo e desatino com a agudização da crise de refugiados, avaliada como a maior vaga migratória na Europa desde a 2ª Guerra Mundial.
Por Luís Carapinha, no Jornal Avante
A Europa transferiu mais de 11 milhões de seres humanos na condição de escravizados da África para as Américas entre os séculos 16 e 19. No mesmo período, as populações nativas do continente americano desabaram de 70 milhões para menos de 10 milhões. Africanos e os povos pré colombianos contribuíram decisivamente – sem querer – para a acumulação de capitais na Europa.
Por Altair Freitas*
O grau de civilização e de espírito humanitário de uma sociedade se mede pela forma como ela acolhe e convive com os diferentes. Sob este aspecto a Europa nos oferece um exemplo lastimável que beira à barbárie. O menino sírio de 3-4 anos afogado na praia da Turquia simboliza o naufrágio da própria Europa. Ela sempre teve dificuldades de aceitar e de conviver com os “outros”.
Por Leonardo Boff*, em seu blog
Um recorde de cerca de 5.600 migrantes entraram nessa quinta-feira (3) na Macedônia procedentes da Grécia, mais de duas vezes o número habitual, que oscila diariamente entre 2 mil e 3 mil pessoas, informou a Organização das Nações Unidas (ONU).
A cena de um menino de dois anos morto por afogamento na costa turca chocou o mundo. Desgraçadamente ele é “apenas” um dos milhares de mortos que perdem a vida nas viagens de imigrantes desesperados para a Europa.
O número de pessoas desempregadas na zona euro atingiu, em julho, 17,5 milhões, de acordo com os dados publicados nesta terça-feira (1º/09) pelo Eurostat. Os países mais afetados pelo desemprego são a Grécia, com uma taxa de 25%, a Espanha, 22,2%, e Portugal, 12,1%.
Mais de 300 mil migrantes atravessaram o Mar Mediterrâneo desde janeiro e mais de 2,5 mil pessoas morreram no mar quando tentavam alcançar a Europa, informou, nesta semana, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).