Especialistas advertem que reduzir a idade penal de 18 para 16 anos não vai diminuir a violência, porque lugar de jovem é na escola.
"A insensibilidade é produto do racismo. Um mesmo indivíduo, ou coletividade, cuidadoso com sua família e com os outros fenotipicamente parecidos, pode angustiar-se diante da doença de seus cachorros, mas não desenvolver qualquer sentimento de comoção perante o terrível quadro de opressão racial", Carlos Moore, em Racismo e Sociedade.
Por Alex Lima Vasques*, especial para o Portal Vermelho
"A criminalização de jovens agrada à população intoxicada pelos apresentadores da tevê", afirmou o colunista da Rádio Vermelho Urariano Mota, ao comentar a aprovação da PEC 171 que reduz a idade de punição para criminosos, aprovada na terça-feira (31), pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
Em vídeo, a deputada Alice Portugal (PCdoB) afirmou ser frontalmente contrária a redução da maioridade penal, prevista na PEC 171/04. "Temos que empoderar o sistema das medidas socioeducativas, fortalecer os conselhos tutelares e, quem sabe, até ampliar essas medidas socioeducativas, mas não copiar o desvio, porque teremos uma mordida cruzada sobre a face da sociedade brasileira”.
O debate em torno da redução da maioridade penal voltou com força este ano na Câmara e, como era de se esperar, tem arrancado discursos inflamados da chamada bancada da bala. A Bancada do PCdoB na Câmara é contra a medida. O deputado Rubens Pereira Jr (PCdoB-MA) e a presidente da Ubes, Bárbara Melo, falam da inconstitucionalidade da proposta e da necessidade de se investir em educação. Acompanhe a reportagem de Iberê Lopes do PCdoB na Câmara.
Reforçando a onda conservadora em curso no país, o debate em torno da redução da idade penal volta com força à Câmara dos Deputados. Como era de se esperar, tem arrancado discursos inflamados da chamada "bancada da bala". A TV Vermelho retransmite vídeo produzido em junho de 2013 que debate o tema e mostra como uma lei assim é um retrocesso.
“A carne mais barata do mercado é a carne negra”: contra o extermínio da juventude negra e a a favor do Estado Democrático de Direitos Fundamentais.
Por Carla Liane*, para o Vermelho
Você sabe o que são os autos de resistência ou resistência seguida de morte? São um mecanismo usado desde a ditadura militar, que serve para encobrir mortes cometidas por agentes do Estado. Traduzindo: os policiais matam, mesmo quando estão de folga, e escrevem nos autos do crime que houve resistência à prisão. Isso faz com que os crimes não sejam investigados.
A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados iniciou, nesta primeira semana de fevereiro, coleta de assinaturas a fim de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a violência contra a juventude negra no Brasil. A coleta de assinaturas iniciou na manhã do último domingo (1º), durante a posse dos(as) novos(as) parlamentares.
"O problema do Brasil é social ou racial?". A partir desse questionamento, em vídeo, jovens refletem como o racismo e a ausência de políticas públicas, sobretudo nas periferias, contribuem para o extermínio da juventude negra no país.
Casos de mortes pelas armas da Polícia Militar (PM) cresceram 97% em 2014. Os dados revelam aumento da força e abuso da corporação, as informações foram apresentadas, em relatório, pela organização Human Rights Watch.
Dados comprovam que morrem mais negros do que brancos no Brasil. Segundo o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade, os jovens negros têm 2,6 mais chances de morrer do que os brancos. Os dados da pesquisa foram atualizados em 2014 para incluir a desigualdade racial, e o resultado foi que o risco de os adolescentes e jovens de 12 a 29 anos sofrerem violência aumenta quando esse fator é levado em conta.