O isolamento internacional que o Paraguai enfrenta pela destituição do presidente constitucional, Fernando Lugo, impedirá a presença de sua delegação na próxima Cúpula Ibero-Americana em Cádiz, Espanha, em novembro.
O relatório preliminar da Missão Internacional de Solidariedade e Direitos Humanos, organização independente que investigou o massacre de Curuguaty, ocorrido em 15 de junho no norte do Paraguai, apontou na última terça-feira (11) a polícia como responsável pela morte de 11 camponeses sem-terra e sete soldados. A matança serviu de mote para que o Parlamento paraguaio pedisse – e aprovasse – o impeachment do presidente Fernando Lugo, obrigado a deixar o poder uma semana depois do episódio.
Milhares de docentes paraguaios em greve marcharam pelas ruas do centro de Assunção e advertiram ao governo que se não satisfazer sua demandas trabalhistas paralisarão por tempo indeterminado o sistema educacional do país.
O presidente paraguaio, Federico Franco, que, inicialmente, descartou buscar ante a justiça internacional, assegurou em uma conferência de imprensa na sexta-feira passada (8) que queria marcar um precedente. Apenas dois meses depois de a nação ter sido excluída do Mercosul após o julgamento político a Fernando Lugo que concluiu com sua destituição, o Paraguai planeja apelar da suspensão do bloco no Tribunal de Haia.
Para o governo de fato de Federico Franco, a Venezuela é uma ameaça regional e a Bolívia planeja um ataque militar contra o território paraguaio. No país do mundo do revés, armar-se até os dentes é a solução para todos os problemas.
Grêmios de professores e sindicatos que representam a milhares de trabalhadores do setor realizarão uma mobilização nacional e greve por tempo indefinido, paralisando o sistema educacional paraguaio, pela falta de resposta do governo para suas demandas.
Destituído do poder há quase três meses, o ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo se prepara para visitar o Brasil e a Argentina nos próximos dias. Ele contou que tem recebido pedido de paraguaios que vivem nos dois países para um encontro. Porém, Lugo não deu detalhes sobre suas viagens. Ontem (4), ele se reuniu com o presidente do Uruguai, José Pepe Mujica.
O destituído presidente paraguaio Fernando Lugo denunciou, nesta terça-feira (4) a perseguição política e ideológica contra antigos colaboradores no governo, no âmbito da visita de dois dias que realiza no Uruguai.
Mais de dois meses após o contestado impeachment do presidente e ex-bispo Fernando Lugo, os bispos do Paraguai pediram "perdão" pela interferência no julgamento político que levou à sua destituição relâmpago.
No Paraguai, mesa dos líderes dos 20 partidos políticos e organizações sociais que integram a Frente Guaçu designaram nesta sexta-feira (31) a Fernando Lugo como o presidente desta coligação de esquerda.
Nesta quarta-feira (29), vários camponeses e índigenas paraguaios participaram de uma marcha que recorreu as principais ruas do centro de Assunção reclamando uma reforma agrária integral e sinalizando como golpista o governo atual.
Quarenta sindicatos nacionais, agrupados na Confederação da Classe Trabalhadora (CCT) paraguaia, reclamaram ao governo um aumento geral de salários e o fim das demissões por razões políticas e ideológicas.