As negociações em curso com o lobby bancário internacional estão em ponto morto. Os gregos estão convencidos de que seu país é a vanguarda de um movimento mundial que envolverá o mundo inteiro: a Grécia é uma terra onde se ensaiam as receitas que o liberalismo empregará quando houver crises semelhantes em outras partes.
Por Eduardo Febbro, em Página/12
Os sindicatos gregos marcaram nesta quinta (9) mais uma greve geral de dois dias, a começar na sexta-feira (10), em protesto contra a austeridade que Atenas decidiu adotar para garantir um novo pacote de resgate financeiro. De acordo com as centrais sindicais, o povo grego já não consegue mais suportar os cortes feitos pelo Executivo.
Os líderes gregos enfrentam difíceis negociações nesta terça-feira (7) para tentar garantir um novo resgate internacional e evitar o não pagamento da dívida pública, presos entre uma greve nacional contra mais medidas de austeridade e as exigências da União Europeia para que o país aceite dolorosas reformas, que atingem em cheio os trabalhadores.
Os dois principais sindicatos da Grécia convocaram nesta segunda-feira (6) uma greve geral para a próxima terça contra as medidas de arrocho financeiro.
O ministro de Estado e porta-voz do governo, Pantelis Kapsis, afirmou nesta quinta-feira (2) que o país se encontra à beira da bancarrota oficial, configurando o momento atual como ahora "de adotar decisões difíceis".
A troika, composta pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu (BCE), exigiu nesta sexta-feira (27) que a Grécia adote novas medidas de austeridade, entre elas a redução dos salários, a diminuição das despesas em saúde e defesa e a flexibilização do mercado de trabalho.
Como os hospitais gregos estão praticamente falidos, as grandes empresas farmacêuticas suspenderam o fornecimento de medicamentos para o cancro, para a SIDA e para a hepatite; e o abastecimento de insulina também foi interrompido. Este não é um caso especial, mas a imagem do futuro.
Com uma mobilização dinâmica na última quarta-feira (18), federações e sindicatos com orientação de classe na Grécia, congregados pela Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME), arruinaram o "encontro" antitrabalhador dos chamados "parceiros sociais".
A Grécia irá negociar um novo empréstimo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) como parte do plano de ajuda concedido pela zona euro a Atenas no final de outubro passado. O país passa por uma grave crise financeira e enfrenta problemas para equilibrar a dívida pública.
Os representantes da União Europeia (UE), do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) — a chamada troika — foram recebidos na terça-feira (17) em Atenas, ao chegar para examinar as contas da Grécia, com uma greve de 24 horas e protestos nas ruas. A troika prepara um pacote de 130 bilhões que poderá manter o país respirando até o fim de março, quando vence um grande lote de dívidas.
O teatro Gialino, na região central de Atenas, é uma casa noturna à moda antiga. Cerca de 400 pessoas se acomodam pelas mesas distribuidas diante do palco. Pedem bebidas, encomendam uns petiscos, alguns até se arriscam a jantar. Muitos fumam, cobrindo o auditório com uma névoa que recorda os bas-fonds dos espetáculos de outras épocas.
Por Breno Altman, em Opera Mundi
Os drásticos cortes orçamentários aplicados à saúde estão derrubando o sistema público, segundo denunciou nesta sexta (13) em Atenas a Federação de Médicos Hospitalares da Grécia (Oenge).