O Parlamento haitiano rejeitou esta terça-feira (21) a nomeação do novo primeiro-ministro, Daniel-Gérard Rouzier, o que representou um revés para o presidente Michel Martelly, que havia indicado este homem de negócios após chegar ao poder no mês passado.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) pediu nesta terça-feira (21) aos líderes mundiais que evitem deportar haitianos. O apelo, segundo as autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU), ocorre porque um ano e meio depois do terremoto de 7 graus na escala Richter que atingiu o Haiti, a situação no país ainda é precária.
Os Estados Unidos articularam politicamente para tentar barrar ajuda venezuelana ao Haiti em um acordo que previa vantagens na compra de petróleo. Os norte-americanos também nunca viram com bons olhos a relação do ex-presidente René Préval com países rivais dos EUA na América Latina, como Cuba e a própria Venezuela.
Com mais de 55% da população analfabeta no Haiti e estudantes fora da sala de aula, o presidente haitiano, Michel Martelly, criou o Fundo Nacional para a Educação (FNE) com o objetivo de atender 2 milhões de pessoas em cinco anos. A prioridade, inicialmente, é atender crianças e adolescentes.
Michel Martelly foi proclamado neste sábado (14) presidente do Haiti, em uma cerimônia realizada nos arredores do Parlamento da nação, sucedendo no cargo René Préval. Martelly, 56º líder da República do Haiti, tomou posse após a leitura do decreto que o declara chefe do Estado e recebeu a faixa presidencial das mãos do presidente da Assembleia Nacional, Rodolphe Joazile.
Os parlamentares do Haiti devem concluir nos próximos dias o processo de votação de emendas à Constituição do país. Os deputados e senadores do Haiti se reunirão nesta terça (10) mais uma vez para discutir o assunto. Pelo menos duas dezenas de artigos serão alterados, incluindo os que se referem à nacionalidade haitiana.
Uma investigação das Nações Unidas sobre o surto de cólera que atingiu o Haiti no ano passado apontou que um acampamento de tropas do Nepal que integram as forças de paz da ONU no país, conhecidas pela sigla Minustah, foi a provável fonte da epidemia.
O Brasil deve emprestar US$ 70 milhões para projetos de saúde no Haiti. Representantes do Ministério da Saúde do Brasil trataram com a equipe de saúde do novo presidente haitiano, Michel Martelly, sobre o projeto de ajuda. A intenção é dar continuidade às ações de apoio ao país caribenho.
A deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) assinou como madrinha e testemunha, o Termo de Compromisso do “Programa Contagem, Betim e BH: Um belo horizonte para o Haiti – Programa de Formação de Jovens Lideranças”
"Os EUA estão particularmente satisfeitos com o presidente eleito Michel Marteli", declarou a secretária de Estado, Hillary Clinton, durante entrevista dada em Washington, tendo ao seu lado Marteli, no âmbito da viagem de 4 dias que faz aos EUA o haitiano, ocasião em que manteve contatos com várias autoridades do governo, FMI, Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento, empresários e imprensa, antes de assumir o Haiti no dia 14 do mês que vem.
Pedro Belasco, no Monitor Mercantil
Uma das colônias mais ricas das Américas, responsável por 75% da produção de açúcar do mundo, palco de uma revolução negra vitoriosa, que lhe outorgou o título de primeiro país livre do continente. Chega a ser difícil acreditar que estamos falando do Haiti, uma nação que, 200 anos mais tarde, se tornaria a mais pobre do hemisfério, vítima de políticos corruptos e da intervenção estrangeira.
O embaixador do Haiti no Brasil, Idalbert Pierre-Jean, prevê que o cenário político delineado nas urnas exigirá do novo presidente, Michel Martelly, muita capacidade de negociação. Sem maioria no Parlamento, o governo terá que fazer acordos até para indicar o primeiro-ministro. Nesta entrevista ao Vermelho, Pierre-Jean fez ainda um apelo ao mundo, para que ajude não só na reconstrução física do Haiti, mas também no fortalecimento de suas instituições.