Quase 600 mil haitianos já deixaram a capital Porto Príncipe rumo a outras cidades do país, segundo informação do Escritório das Nações Unidas para Assistência Humanitária, Ocha.
A tragédia do Haiti desatou um formidável movimento internacional de solidariedade. Mas, segundo o escritor uruguaio Eduardo Galeano, o terremoto também provocou outras réplicas. São, explica em artigo publicado no El País, tremores de hipocrisia, racismo e amnésia que nenhum sismógrafo é capaz de detectar. A tradução é do Cepat.
Recebido em Porto Príncipe nesta quarta-feira (17) com pompa e circunstância, o presidente francês Nicolás Sarkozy chega ao Haiti para uma visita de dois dias, prometendo mundos e fundos para ajudar o país, devastado pelo terremoto de 12 de janeiro. Porém, sua presença reaviva na memória dos haitianos a cruel colonização do país pela França nos séculos 18 e 19.
O Haiti viveu na sexta-feira (12) um dia de luto nacional, um mês após o implacável terremoto que arrasou com a capital Porto Príncipe e outras cidades do país, onde o maior desafio cidadão é manter vivos os sonhos, em permanente luta pela vida.
Os aproximadamente 400 cooperantes da Brigada médica cubana no Haiti foram a mais importante assistência sanitária ao povo haitiano durante as primeiras 72 horas após o recente terremoto. Essa informação foi censurada pelos grandes meios de comunicação internacionais.
Por José Manzaneda*, em Adital
Uma comitiva brasileira visitou o Haiti no dia 3 de fevereiro e participou de diversas agendas no sentido de prestar solidariedade e planejar ações efetivas de ajuda ao país, assolado por um terremoto de magnitude 7, em 12 de janeiro e outros dois, de menor escala, subsequentes. Compuseram a comitiva: um brigadeiro, um embaixador, cinco deputados federais e um diretor da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Nos primeiros dias após a hecatombe que se abateu sobre o Haiti, a ajuda emergencial estrangeira foi espontânea e universal. O impacto da catástrofe comprovou-se pelo extraordinário acúmulo de bens no aeroporto de Porto Príncipe e nos pontos de passagem de fronteira com a República Dominicana. Um imenso congestionamento inviabilizou a distribuição da ajuda.
Por Ricardo Seitenfus*, em Folha de S.Paulo
A reunião extraordinária da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para delinear sua estratégia de cooperação com o Haiti terminou nesta terça-feira, em Quito, com a aprovação de um fundo de US$ 300 milhões, que deve ser organizado ainda em fevereiro, e com o pedido que se perdoe a dívida ao país caribenho.
O presidente Lula, escolhido como o estadista do ano, poderia propor ao mundo a implantação de um programa Bolsa-Família Internacional para o Haiti.
Por Beto Almeida*, em Carta Maior
Presidentes e representantes dos países membros da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) se reúnem nesta terça-feira (09) em Quito para discutir a coordenação das ajudas humanitárias enviadas ao Haiti após o terremoto do último dia 12.
Com a justificativa de ajudar o Haiti nesta fase pós-terremoto de 12 de janeiro, cresce a cada dia a militarização da ajuda humanitária para o país. Mesmo que as maiores necessidades da população afetada sejam, água, comida, roupas e medicamentos, tropas estadunidenses e brasileiras estão ocupando o território sem data para sair.
No Dia de Todos os Santos de 1755 Lisboa foi Haiti. A terra tremeu quando faltavam poucos minutos para as dez da manhã. As igrejas estavam repletas de fiéis, os sermões e as missas no auge…
José Saramago, em seu blog O Caderno de Saramago