O assessor da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirma que o Brasil evita assumir protagonismo na crise hondurenha e considera "inacreditável a resistência dos golpistas". Garcia acredita que, com a permanência deles no poder, há "o risco real de que, se insistirem na hipótese de realizar eleições, elas não sejam aceitas", diz
Os militares hondurenhos colocaram plataformas diante da embaixada do Brasil em Tegucigalpa – onde está refugiado o presidente deposto, Manuel Zelaya – para observar o interior da sede diplomática, denunciou nesta quinta-feira o diplomata brasileiro Lineu de Paula.
Especialistas em direitos humanos da ONU manifestaram preocupação nesta sexta-feira com relatos de que ex-paramilitares da Colômbia teriam sido recrutados para proteger pessoas ricas e suas propriedades em Honduras, depois do golpe militar de junho no país.
Cem dias de heroica resistência contra a maquinaria repressiva golpista foram suficientes para que os gorilas locais e seus patrocinadores da extrema direita estadunidense percebessem que os hondureños estão decididos a manter a batalha até a restituição do presidente José Manuel Zelaya como primeiro passo no caminho estratégico até a consecução de uma Assembleia Nacional Constituinte, motivo pelo qual terão que se sentar e procurar uma saída negociada ao conflito, patrocinado pelo império.
Durante muitos anos a imprensa mandou no Brasil. São conhecidas as histórias e os achaques, por exemplo, do poderoso chefão dos Diários Associados, Assis Chateaubriand, constrangendo presidentes da República e humilhando autoridades.
Por João Franzin, na Agência Sindical
A missão diplomática da Organização dos Estados Americanos (OEA) encerrou sua visita, nesta quinta-feira (08), a Honduras, com o apelo para que as partes em conflito trabalhem com o objetivo de firmar o acordo de San José, que exige a restituição do presidente constitucional, Manuel Zelaya. Sem conseguir fazer avançar uma solução para a crise, a entidade também solicitou ao governo golpista que restitua, na prática, as garantias constitucionais na nação.
O deposto presidente Manuel Zelaya disse a um canal de televisão local que o governo golpista de Roberto Micheletti está levando Honduras para o abismo ao recusar a única saída aceita mundialmente para a crise, que é a restituição do presidente constitucional.
"Quién paga a estos imbéciles?", me perguntou o Santiago. E eu fiquei sem resposta. Santiago Serrano é um amigo espanhol, nascido na Alemanha. Eles têm disso. Filhos de outra cultura, podem escolher a nacionalidade com que melhor se identifiquem. E assim Santiago, nascido e criado na Alemanha, pôde desenvolver o que de melhor havia nas duas linhas de raciocínio: a objetividade prática germânica e a complexa subjetividade latina.
Por Raul Longo*, no Observatório da Imprensa
Uma análise do The New York Times publicada nesta quinta-feira (08) confirma que a direita norte-americana tem sequestrada a política do governo dos Estados Unidos em temas internacionais. O texto mostra que personagens como Otto Reich, Roger Noriega e Daniel W. Fisk – veteranos da Guerra Fria – encaram Honduras como o principal campo de batalha em uma luta de poder contra países como Cuba e Venezuela. Leia abaixo:
A Organização dos Estados Americanos (OEA), paralelamente à busca de uma solução para a crise hondurenha, pretende obter do governo golpista, nesta quinta (08), uma autorização para que o presidente deposto, Manuel Zelaya, possa sair da embaixada brasileira e se abrigar, em segurança, em sua residência. Ontem à noite, chanceleres da entidade esteviveram na sede diplomática. Zelaya expôs seus argumentos e denunciou o cerco golpista à missão, pedindo desculpas ao Brasil.
A volta de Manuel Zelaya "está destravando" a crise em Honduras. A avaliação é de Patrícia Rodas, ministra de Relações Exteriores do governo deposto pelo golpe de 28 de junho. Veja a entrevista dada em Washington à BBC Mundo pela ministra, tida como representante da ala esquerda do governo Zelaya.
"Se hoje sou um obstáculo, fico de fora; mas exijo, sim, que fique de fora este senhor", disse o presidente de fato de Honduras, Roberto Micheletti, disse nesta quarta-feira (7). O "senhor" mencionado é o presidente eleito, e deposto, Manuel Zelaya. Micheletti fez a declaração reunião com o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza, e uma missão de chanceleres.