A cada dia que passa, o governo golpista de Honduras passa a mostrar mais a sua cara e, como consequência, aumentam as pressões para que o presidente-ditador Roberto Micheletti negocie uma saída para a crise política e flexibilize as medidas linha-dura que adotou. Parte dessa pressão agora vem até de grupos empresariais – alguns que chegaram a apoiar o golpe. Ontem (01), ganharam força os sinais de que essa solução negociada pode estar por vir.
Mais de três meses após o golpe que destituiu Manuel Zelaya do poder, segue, em Honduras, o clima de tensão. Repressão aos movimentos organizados, fechamento de emissoras contrárias ao governo de fato, violações aos direitos humanos são algumas situações vividas pelo povo hondurenho desde o golpe. Por conta disso, organizações e movimentos populares de vários países realizam, nesta sexta-feira (02), uma Jornada Internacional em Solidariedade ao Povo de Honduras e Contra o Golpe.
O editor do jornal Hoje em Dia Carlos Lindenberg apresenta uma análise do que vem acontecendo em Honduras e como se posiciona a favor do golpe de estado no Brasil a oposição ao presidente Lula. O texto não cita que o PIG (Partido da Imprensa Golpista) toma a mesma posição golpista. Poderia citar o jornal Estado de Minas que na prática defende o golpe desde o primeiro dia, posição diferente do jornal Hoje em Dia, que ao invés de usar o termo “interino”, chama os gorilas de Honduras de golpistas.
Após conversar com o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, e o golpista Roberto Micheletti, o enviado da OEA (Organização dos Estados Americanos), John Biehl, disse nesta quinta-feira (1º) que teve "uma resposta muitíssimo mais construtiva que antes por parte do governo de Micheletti". Biehl, porém, cobrou "um diálogo dirigido para coisas concretas. No dia 7chega a Tegucigalta uma delegação da OEA, tendo à frente seu secretário-geral, Miguel Insulza, visando superar a crise criada pelo golpe.
Uma missão de deputados brasileiros pediu hoje à Suprema Corte de Justiça hondurenha respeito à integridade da embaixada em Tegucigalpa, onde o presidente deposto Manuel Zelaya está refugiado.
Não é de hoje que vemos nos chamados telejornais populares de fim da tarde, em quase todas as emissoras de TV brasileiras, apresentadores coléricos esbravejando contra a violência urbana, as injustiças sociais e crimes violentos.
Por Leila Cordeiro, no Direto da Redação
Ter apoiado o presidente deposto de Honduras e ter dado abrigo a ele em sua Embaixada, fez com que o Brasil assumisse uma posição de destaque no confronto de Manuel Zelaya com o governo interino hondurenho. "Um papel admirável", avaliou o linguista e teórico Noam Chomsky, em entrevista ao portal G1. O professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) também criticou a "fraca" ação norte-americana na crise da América Central.
O ato é organizado por diversas entidades sindicais, estudantis e dos movimentos populares e está marcado para esta sexta-feira (2/10), às 17h, no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), localizado na Avenida Paulista.
Já reconhecendo seu isolamento, o presidente golpista de Honduras, Roberto Micheletti, admitiu, pela primeira vez, que a deposição de Manuel Zelaya, em 28 de julho, foi uma tentativa de frear a guinada à esquerda de um presidente eleito com credenciais de centro-direita. Em entrevista ao jornal argentino Clarín, o mandatário de fato disse que Zelaya, eleito em 2005 pelo Partido Liberal(mesmo de Micheletti) “preocupou” autoridades do país ao tomar iniciativas como o aumento do salário mínimo.
"Pode-se fazer qualquer tudo com as baionetas, exceto sentar-se sobre elas". Por ignorar essa frase de Napoleão Bonaparte, Roberto Micheletti, inquilino da Casa Presidencial de Honduras desde o golpe de 28 de junho, isola-se não só do Brasil, da OEA e da ONU, mas do Parlamento Hondurenho, do Tribunal Supremo Eleitoral, dos candidatos presidenciais, dos empresários, da Igreja e até do general Romeo Vásquez, o homem que deu o golpe. Por isso já começou a balançar.
Por Bernardo Joffily
O governo ditatorial de Roberto Micheletti usou o decreto de estado de sítio para tirar a força um grupo de camponeses de um instituto público, apesar dos apelos ao diálogo e do aumento das vozes contra a medida. No começo da manhã desta quarta-feira (30), como ocorreu no fechamento da Rádio Globo e do Canal 36 de TV, membros da polícia e o exército assaltaram o Instituto Nacional Agrário (INA) para despejar 57 camponeses.
A polêmica surgida no senado entre oposição e governistas em torno da permanência do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, na embaixada brasileira em Honduras, não impediu a aprovação de uma moção de censura e repúdio ao cerco militar à embaixada brasileira na capital de Honduras, Tegucigalpa. Depois da pressão da oposição, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado aprovou o texto nesta terça-feira (29).