O deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) suspendeu por um tempo a produção do livro em que contaria os bastidores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, de acordo com a coluna de Lauro Jardim desta quinta-feira (3).
As 109 horas de sessão do Senado que resultou no golpe parlamentar contra a presidenta Dilma Rousseff se transformaram no livro Impeachment – O julgamento da presidente Dilma Rousseff editado pelo Senado Federal. Com 664 páginas, a publicação apresenta as notas taquigráficas da sessão, realizada em seis dias de trabalho intenso, com a indicação dos horários dos principais fatos que marcaram a semana de 25 a 31 de agosto.
O livro “Golpe 16” será lançado em Brasília na próxima quinta-feira (20), às 19 horas, no Sindicato dos Bancários. Trata-se da versão da blogosfera de uma história de ruptura democrática que ainda está em curso. Uma obra imprescindível para entender o atual momento político brasileiro.
Só não vê quem não quer, quem está manipulado, quem se deixa levar para ver como é que fica e quem nada pode fazer. Esse o triste quadro político e social brasileiro após as armações do impeachment da Presidenta, sua substituição pelo plantonista, tudo isso administrado juridicamente pelas instituições da área.
Por José Carlos Peliano*, na Carta Maior
Durante um encontro com jovens representantes de círculos político-sociais e mídia dos países da América Latina e Espanha, realizada nesta quinta-feira (6) em Moscou, na Rússia, o presidente do Comitê Internacional do Conselho da Federação, Konstantin Kosachev comentou sobre a situação brasileira. Ele considerou que a destituição de uma presidente eleita e a tomada de poder por outro, no Brasil, só pode ter ocorrido com ingerência externa.
Assinado pelo ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a presidenta eleita, Dilma Rousseff, protocolou nesta quinta-feira (29) no Supremo Tribunal Federal (STF), talvez sua última tentativa de anular o processo de impeachment que a afastou do cargo para qual foi eleita em 2014.
Autor de vários livros, o filósofo Mario Sergio Cortella disse, em entrevista ao programa Roda Viva, que considera o impeachment da presidenta Dilma Rousseff “um ato de certa brutalidade, com exagero da pena em relação ao tipo de conduta”.
O texto abaixo transcrito é a aula inaugural do professor Luis Fernandes ministrada no dia 5 de setembro deste ano, para alunos do Instituto de Estudos Sociais e Políticos do Rio de Janeiro (Iesp). Em sua exposição, o professor Luis Fernandes vai às raízes políticas e geopolíticas do impeachment, chamado por ele pelo nome correto da terminologia política: golpe.
Luis Fernandes*
Matéria publicada pelo Financial Times nesta sexta-feira (9) fala sobre o modo como o Brasil encara (ou não) seus problemas políticos e econômicos mais sérios. A reportagem diz que o clima de incertezas políticas após o impeachment da presidenta Dilma Rousseff causa revolta a alguns grupos e indiferença a outros.
Nesse artigo publicado no Mediapart – site da mídia independente da França, a jornalista Marilza Foucher desnuda o golpe que destitui Dilma Rousseff do cargo de presidenta eleita do Brasil. Ela explica que “os correspondentes franceses no Brasil preferiram apenas copiar e colar, sem fazer análise política e, dessa forma, contribuíram com uma enorme distorção da realidade da política brasileira na França.”
O golpe que está em curso no Brasil não terminou com a deposição da presidente Dilma Rousseff. Na verdade, a cassação da presidente eleita representa apenas uma das etapas do processo de retomada do poder político pelas forças do establishment conservador brasileiro.
Por Edson Luiz Netto*
Os que colocam acima de tudo seus interesses econômicos e financeiros, ignorando a ética e o direito, estão reagindo indignados porque o Senado, no exercício de sua competência constitucional, numa primeira decisão sobre a perda do mandato da Presidente Dilma Rousseff decidiu pela procedência da acusação e numa segunda decisão, sobre a suspensão dos direitos políticos da acusada, decidiu que não deveria ser aplicada essa pena.
Por Dalmo de Abreu Dallari*, no Jornal do Brasil