A produção industrial brasileira recuou 0,3% na passagem de junho para julho, o terceiro resultado negativo consecutivo. É o que apontam dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desde a posse de Jair Bolsonaro na Presidência da República, a perda acumulada é de 1,7%.
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj)vai reinstalar, na próxima segunda-feira (12), a Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval. A proposta de relançamento foi uma iniciativa de três sindicatos de trabalhadores metalúrgicos no estado (Angra dos Reis, Niterói e Rio de Janeiro), bem como de entidades patronais ligadas ao setor.
O Brasil ficou para trás em automação industrial nos dez anos entre 2008 e 2017, quando se olha para esse movimento na comparação internacional. Na opinião de especialistas, o País, com pequeno estoque de robôs industriais, terá dificuldade para ingressar na chamada 4ª Revolução Industrial (ou Revolução 4.0).
Temos questionado há bastante tempo a desindustrialização, a estagnação econômica, o desemprego e a redução dos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários da classe trabalhadora. É, portanto, muito oportuna a reportagem “Número de indústrias fechadas em São Paulo é o maior em uma década”, publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, em 21 de julho de 2019.
Por Miguel Torres*
Na era dos robôs e das máquinas, o emprego é de quem? Esta é a pergunta um trabalho recente da Universidade de Brasília (UnB) sobre o avanço da tecnologia no mercado de trabalho brasileiro. Inúmeras pesquisas no mundo tentam responder a essa questão, já que, hoje, a Inteligência Artificial (IA) pode criar máquinas com capacidades cognitivas até então exclusivas dos humanos.
O quadro atual de desindustrialização faz país regredir ao passado dos ciclos produtivos de antes de 1930. locais e desintegrados do conjunto da nação.
Por Marcio Pochmann*
A cidade de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), recebe na sexta-feira (12/7), das 9 às 14 horas, a Plenária dos Metalúrgicos de Minas Gerais. O evento, promovido por três federações de trabalhadores metalúrgicos que atuam no estado – a Fitmetal, a FEM-CUT e a Femetalminas – ocorre num momento em que a categoria é vítima de dois retrocessos: o avanço da desindustrialização no Brasil e os ataques do governo Bolsonaro aos direitos dos trabalhadores.
Por André Cintra
Nas últimas décadas, a industrialização deixou de ser prioridade tanto para liberais e para economistas de esquerda. Os primeiros apostaram as fichas nas reformas neoliberais e no tripé macroeconômico. A esquerda aceitou o novo regime, supondo que isso levaria ao desenvolvimento econômico desde que fosse complementado por política industrial. Concentrou-se em promover o aumento do salário mínimo e das transferências de renda para os mais pobres.
Por Luiz Carlos Bresser-Pereira*
Em 2016, às vésperas do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, um dos principais empresários do País declarou que, “encerrado esse capítulo e iniciado o novo ciclo, o Brasil vai ‘bombar’ de novo”. Para o arrogante presidente da Riachuelo, Flávio Rocha, a mera saída do PT do governo já atrairia investimentos da iniciativa privada: “Seria instantâneo”, disse ele à BBC. Nada disso, porém, ocorreu: os investimentos não voltaram, a economia estagnou e a indústria nacional não para de regredir.
A produção da indústria nacional recuou 0,2% em maio, na comparação com abril, conforme a Pesquisa Industrial Mensal, divulgada nesta terça-feira (2) pelo IBGE. O setor industrial acumula queda de 0,7% nos primeiros cinco meses de 2019 – o que sinaliza um ciclo recessivo sob o governo Jair Bolsonaro (PSL).
O doutor em economia pela Universidade Autônoma do México (Unam), pós-doutor pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), Nilson Araújo de Souza, critica o acordo entre os países do Mercosul com a União Europeia. Para ele, se submeter à UE é a morte da indústria nacional. “Não há razão para comemoração a não ser por parte da União Europeia, porque, para ela, o acordo é um grande feito”.
A retomada do receituário neoliberal no período recente foi o responsável principal pelo desencadeamento de novo quadro recessivo na economia que levou praticamente ao desfecho da industrialização brasileira. Isso porque o setor industrial terminou sendo o mais atingido pela queda no nível de produção, cuja alternativa tem sido a substituição de produtos nacionais por importados e prevalência de significativo déficit de manufatura na balança comercial.
Por Marcio Pochmann*