As circunstâncias que levaram Marisa Letícia a um AVC e acontecimentos ocorridos após sua internação no Hospital Sírio Libanês e depois de sua morte, leva-nos a constatar o caráter odiento de um tipo de cidadão que está se manifestando hoje no Brasil, um cidadão desumanizado.
Todos estamos destinados a viver em sociedade, compartilhando os mesmos bens que a natureza nos oferece. E também comungando os mesmos desafios humanos: doenças, desemprego, desigualdade, injustiças. Portanto, temos o dever de encontrar soluções coletivas que melhorem o nível de vida de todos, garantindo um futuro de mais oportunidades a nós mesmos e às gerações futuras.
Por Flávio Dino*
Historiador e um dos palestrantes mais requisitados do país atualmente, Leandro Karnal diz que o discurso de ódio sempre existiu nas sociedades mas chama a atenção para a facilidade com que ele se propaga, hoje, graças à internet.
Uma decisão liminar da Justiça de São Paulo determinou que a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) pague pensão mensal de R$ 2.232,54 a mulher do vendedor ambulante assassinado na estação Pedro II. Ainda cabe recurso da decisão.
Em vídeo publicado nas redes sociais, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou que o autor da chacina que deixou 12 mortos em Campinas, São Paulo, na noite de réveillon, incluindo sua ex-mulher e filho, "é produto pronto e acabado do trabalho da Globo, da mídia atrasada, direitista e televisiva do Brasil".
Por meio das redes sociais, a presidenta eleita Dilma Rousseff manifestou indignação em relação à misoginia que envolve a chacina que vitimou 12 pessoas da mesma família, sendo 9 mulheres, em Campinas na noite de reveillon. "É intolerável que o machismo encontre eco no pensamento conservador e justifique o feminicídio", afirmou Dilma.
O discurso da intolerância e o ódio na política produziu um trágico efeito: uma chacina na noite de réveillon em que o técnico de laboratório Sidnei Araújo matou a tiros a ex-mulher, o filho de 8 anos, outras 10 pessoas da família dela e em seguida se matou. Em carta que enviou aos amigos antes de cometer o crime, o assassino destila ódio contra os direitos humanos e atribui tudo à lei "vadia da Penha".
As primeiras notícias informaram que “Um engenheiro matou a tiros o filho estudante universitário e cometeu suicídio. Alexandre José da Silva Neto, o pai, não aceitava a participação do filho Guilherme Silva Neto em protestos, como a ocupação da universidade, onde o jovem cursava matemática”. Depois, foi noticiado que Alexandre era possessivo e queria que o filho pensasse como ele.
Por Urariano Mota*, no Diário de Pernambuco
A ascensão do conservadorismo no país acirra a perseguição às religiões de matrizes africanas. Praticado por 0,3% da população brasileira, segundo dados do IBGE, os adeptos relatam situações de terreiros incendiados, além de agressões físicas e verbais. No Dia da Consciência Negra, celebrado neste domingo (20), representantes do movimento negro denunciam o momento de intolerância às liberdades individuais que o Brasil enfrenta.
Por Laís Gouveia
Na última terça-feira, 15 de novembro, um estudante de 20 anos foi morto pelo próprio pai em Goiânia. Guilherme Silva Neto tinha 20 anos. O pai, Alexandre, cometeu suicídio após matar o filho.
Quando se vê que um pai matou seu filho único, estudante de matemática na UFG, porque participara do movimento de ocupação de escolas e, depois do crime, suicidou-se, há algo de muito errado acontecendo conosco. Quem dissemina ódio e indignação seletiva pode se considerar co-autor, partícipe dessa tragédia de Goiânia.
Por Eugênio Aragão*
O promotor de Justiça e professor da Faculdade de Direito de Sorocaba Jorge Alberto de Oliveira Marum mais uma vez causa polêmica. Nas redes sociais, ele chamou o jovem Guilherme Neto, assassinado pelo pai em Goiânia, de “vagabundo”. Guilherme, de 20 anos, foi morto na terça-feira (15) pelo pai, que discordava do apoio a ocupações em escolas. O pai cometeu suicídio em seguida.