Para o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, a decisão de Jair Bolsonaro de extinguir o Ministério do Trabalho vai agravar a situação do país.
Após reunião com Bolsonaro no gabinete do governo de transição, em Brasília nesta quinta-feira (8), o governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, disse que Jair Bolsonaro e Michel Temer já trabalham em uma reforma da Previdência "infraconstitucional", ou seja, sem que haja a necessário modificar a Constituição.
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) anunciou na noite de ontem (7) a deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS) como ministra da Agricultura. Primeira mulher escolhida para compor o primeiro escalão do governo que toma posse em 1º de janeiro, ela recebeu o apelido de Musa do Veneno pelos próprios ruralistas quando em maio, promoveu festa para comemorar a aprovação, em comissão especial, do chamado Pacote do Veneno, projeto que revoga a atual Lei dos Agrotóxicos.
A movimentação no centro de transição do futuro governo é intensa. O ministro extraordinário e coordenação da equipe de transição do governo Bolsonaro, o deputado Onyx Lorenzoni, despacha no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde estão concentrados os trabalhos da transição.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) anunciou que a diplomação de Jair Bolsonaro como presidente eleito será no dia 10 de dezembro, às 11 horas. A cerimônia será realizada 9 dias antes do prazo final definido no calendário eleitoral, mas foi antecipada por conta de uma nova cirúrgia que Bolsonaro será submetido.
A sanha do futuro ministro da Economia Paulo Guedes de tornar a economia brasileira mais aberta e ultraliberal é tamanha que ele agora cogita uma fusão do Banco do Brasil com o Bank of America. O próprio Guedes confirma que a ideia existe, mas "é para ser discutida, se for o caso, lá no futuro". A proposta, ele conta, surgiu em uma conversa com Alexandre Bettamio, presidente do banco norte-americano no Brasil e, coincidentemente, colaborador "voluntário" da equipe de transição de Bolsonaro.
Durante a campanha eleitoral, a deputada gaúcha e então vice na chapa de Fernando Haddad (PT), Manuela d'Ávila afirmava que a proposta de governo de Jair Bolsonaro (PSL), agora eleito presidente, era d continuação de desmonte do estado e dos direitos. Nesta quarta-feira (7), Bolsonaro e Temer se encontraram no Palácio do Planalto e entre troca de sorrisos e afagos, Temer disse que seu governo vai "colaborar intensamente" com a equipe de Bolsonaro e com a aplicação da sua agenda.
A continuação do desmonte dos direitos trabalhistas foi reafirmada por Jair Bolsonaro (PSL) nesta quarta-feira (7) ao anunciar que o Ministério do Trabalho, pasta criada há 88 anos, será extinta e incorporado "a algum ministério", sem informal qual, pois para ele pouco importa.
Falas desencontradas, recuos, desinformação e falta de traquejo são as marcas da equipe de Jair Bolsonaro durante a transição. Novo episódio ocorreu nesta quarta (7), quando o futuro presidente precisou contornar o mal-estar gerado entre parlamentares, após seu guru econômico, Paulo Guedes, defender uma "prensa" no Congresso para aprovar a reforma da Previdência ainda em 2018. Bolsonaro atribuiu a declaração – que provocou reação – à inexperiência do assessor.
A coletiva de imprensa do anunciado ministro da Justiça, o ainda juiz Sergio Moro, nesta terça-feira (6), foi marcada por uma tentativa de explicar como chegou ao sim a Jair Bolsonaro. Moro tentou não escorregar nas respostas e disse que seu futuro chefe é o que tem sempre razão, mas demonstrou ao longo de quase duas horas de entrevista, que há sérias discordâncias com relação a Bolsonaro.
Por Dayane Santos
Modelo econômico aplicado durante a ditadura chilena acabou com os direitos sociais da população mais pobre.
Em seu discurso durante evento comemorativo dos 30 anos da promulgação da Constituição Brasileira de 1988, na manhã desta terça-feira (6), no Congresso Nacional, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) falou durante dois minutos e citou Deus cinco vezes.