Setores da "esquerda" brasileira comemoram a conquista de Trípoli por parte dos "rebeldes" apoiados pelo imperialismo, saudando uma pretensa vitória popular contra uma "ditadura sanguinária" conduzida por Kadafi há 42 anos.
Por Humberto Alencar
Os contrarrevolucionários na Líbia anunciaram nesta quarta-feira (24) que pagarão aproximadamente US$ 1,7 milhão para quem prestar informações e der pistas que levem à captura do líder líbio, Muamar Kadafi. A recompensa será paga se Kadafi for encontrado vivo ou morto.
A perversão das agências norte-americanas, europeias e seus subordinados ao chamar de “guerra civil” o que está ocorrendo na Líbia demonstra como é possível transformar uma intervenção colonial contra um país — do qual os Estados Unidos e seus aliados querem se apoderar por interesses diversos — em uma rebelião “interna”, que “humanitariamente” deve, conclamam seus idealizadores, ser apoiada por demais países.
Por Stella Caloni*
O ministro venezuelano das Relações Exteriores, Nicolás Maduro, disse nesta quarta-feira (24) que durante a reunião dos chanceleres dos países-membros da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) tentará chegar a um consenso para se pronunciar sobre a "difícil e problemática" situação da Líbia.
Em entrevista a uma emissora de rádio, o presidente da Líbia, Muamar Kadafi, disse ontem (23) que a saída do quartel-general foi uma "medida tática". Segundo ele, resta ao exército líbio vencer os rebeldes ou "morrer como mártir".
O presidente francês Nicolás Sarkozy anunciou nesta quarta-feira (24), após uma reunião com um dos contrarrevolucionários leais ao imperialismo e considerado o número dois do Conselho Nacional de Transição, Mahmud Jibril, uma "conferência de amigos da Líbia", que deve preparar a era pós-Kadafi, realizada em 1º de setembro, em Paris.
O grande Kadafi nem bem deixou o complexo de Bab-al-Aziziyah, e os abutres ocidentais já sobrevoam o local, disputando o “grande butim” – o petróleo e o gás da Líbia. A Líbia é um peão muito mais crucialmente importante num tabuleiro ideológico, geopolítico, geoeconômico e geoestratégico mais sério do que deixa ver o reality show moralista vendido como noticiário pelas redes de televisão: “rebeldes” idealistas vencem o inimigo público número um.
Por Pepe Escobar *
Em pronunciamento nesta terça-feira (23), o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) questionou a participação da Otan na disputa pelo poder na Líbia e fez um alerta quanto à adesão ao que chamou de "discurso fácil" contra Muamar Kadafi. Ressaltando que não estava defendendo o ditador líbio, o senador disse ser necessário um contraponto ao "senso comum", com destaque para a posição do Brasil em relação aos acontecimentos.
Os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, e da China, Yang Jiechi, conversaram nesta terça-feira (23), por telefone, e disseram que o ideal é que os países que compõem o Brics – grupo formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul – definam uma posição comum em relação às mudanças que ocorrem na Líbia. Também disseram que pretendem ajudar o governo de transição na busca pela estabilidade na região.
As forças leais ao imperialismo na Líbia anunciaram nesta terça-feira (23) que mudarão nos próximos dois dias sua sede de Benghazi para Trípoli, após terem anunciado a ocupação do complexo de Bab al-Aziziyah, um local simbólico de Trípoli, sede da antiga casa de Kadafi destruída em 1986 por um ataque norte-americano, que vitimou na época mil pessoas e uma de suas filhas.
Após romper o cerco contra o quartel-general do líder líbio, Muamar Kadafi, os rebeldes estão saqueando o complexo governamental e residencial na capital, Trípoli, segundo o chefe do escritório da BBC no Oriente Médio, Paul Danahar.
Cheguei ao Rio sem condições de relatar,com o devido detalhamento, a viagem que se destinava à Líbia mas que foi, pelas razões que são de conhecimento geral, interrompida na Tunísia, por falta de condições de segurança. Farei isso agora, com a minuta do relatório que apresentarei, com o deputado Protógenes Queiroz, sobre tudo aquilo que fizemos, vimos e ouvimos.