Antes de Cem Anos de Solidão, a América Latina já apresentava algumas semelhanças com o lugar imaginário que seria descrito no primeiro parágrafo do romance: "o mundo era tão recente que muitas coisas careciam de nome e para mencioná-las se precisava apontar com o dedo".
Por Felipe Restrepo Pombo
Escritor argentino e bibliotecário cego, Jorge Luis Borges é o autor de poesias e contos que consagraram sua fama internacional. Na sua escrita, as referências literárias acontecem em bibliotecas, labirintos e dimensões espaço-temporais infinitas e confusas
O outono ensolarado e de gelo faz um negócio com os corpos: ainda que haja tanto frio o calor do sol nos alegra os poros, como se se depositasse feito amante num hotel, deslizando sobre nossa pele
Por Paloma Franca Amorim
Editora Malê reúne autores negros para mudar a realidade do mercado que os retrata como bandidos, empregados ou escravos, e onde só 2,5% de romancistas eram negros até 2014
O coche funerário branco uma limusine na estrada de areia. Consigo avistá-lo num relance. De longe, bastante longe. As cercas de arame farpado não aprisionam rebanhos, apenas capim. Dois homens silenciosos se recostam no carro. Esperam. O morto seria meu pai? Suspeito ser ele, mas nunca o vejo, escuto apenas gemidos.
Por Ronaldo Correia de Brito*
Com certeza, não foi na biografia de Gabriel García Márquez “Viver para Contar” onde li a história de um menino que, ao perder a mãe, teve como primeiro sentimento o de que nunca mais comeria arroz doce, porque era ela quem cozinhava o seu prato favorito
Por Ronaldo Correia de Brito
Nesta entrevista, o poeta mexicano MartínRangel fala sobre iniciativas de auto-edição em ambiente digital, diferencia o spoken word do slam e comenta “a solidão que se experimenta na internet, um meio que deveria nos tornar mais próximos, mas que no entanto nos aliena.”
Por Giselle Porto*
O realismo da literatura latino-americana tem sido descrito como fantástico. Mas está solidamente ancorado na vida concreta em nossos países.
Por José Carlos Ruy
“Aos amores e às amoras”
Essa é a dedicatória do livro “Amora”, de Natalia Borges Polesso, que ganhou o Prêmio Jabuti em 2016. A obra composta por 33 contos entra como destaque latino-americano na literatura por muitos outros motivos além do prêmio: estética, forma, política. Não à toa a autora está na lista Bogotá-39, que elege os melhores de autores do continente com menos de 40 anos
Por Alessandra Monterastelli
Autor de romances policiais e do aclamado “O Homem Que Amava Os Cachorros” (2009), o escritor cubano Leonardo Padura esteve no Brasil no final de 2017 para ministrar o curso “Para que se escreve um romance?”, no qual esta repórter esteve presente. Nele, o cubano alinhou sua visão ao pensamento do autor tcheco Milan Kundera que vê o romance como uma forma de explicar os comportamentos da condição humana, ou seja, de explicar a vida.
Por Verônica Lugarini
Romances curtos com narrativas diretas e sem rebuscamento são atributos da escrita do escritor chileno Alejandro Zambra. Ele faz parte de uma geração de novos autores que são conhecidos como os filhos da ditadura chilena, pois cresceram sob o olhar repressor do Estado comandado pelo general Augusto Pinochet que derrubou o então presidente do país Salvador Allende (1973) por meio de um golpe.
Por Verônica Lugarini
Se nos anos 60 e 70 a América Latina teve o boom da literatura fantástica, hoje os jovens escritores fazem da crueza do cotidiano urbano seu principal impulso. Há dez anos, o Hay Festival publica a lista Bogotá-39, onde são eleitos os melhores escritores latino-americanos com menos de 40 anos. Em 2017, a argentina Samanta Schweblin foi um dos destaques, também considerada uma das 20 melhores escritoras contemporâneas de língua hispânica.
Por Mariana Serafini