O inquérito da Justiça Federal que investiga o suposto esquema de fraudes em licitações no sistema de trens e metrô de São Paulo chegou nesta quinta-feira (12) ao Supremo Tribunal Federal e será relatado pela ministra Rosa Weber.
Em reflexão no programa "Ponto de Vista", José Reinaldo Carvalho, editor do Vermelho, fala sobre as denúncias que atingem o PSDB em seu principal reduto político, São Paulo. Segundo ele, "é incontornável que a responsabilidade política principal recaia sobre o governador atual e o ex-governador, José Serra, em cujas gestões ocorreram as falcatruas que levam o sugestivo nome de ‘propinoduto tucano’”.
O Ministério Público do Estado de São Paulo divulgou na tarde desta terça-feira (3), na capital paulista, o relatório de um ano e meio de investigações que apontam superfaturamento de quase R$ 1 bilhão em contratos para reforma de trens da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô-SP) durante a gestão do então governador José Serra (PSDB).
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, rebateu nesta terça-feira (26) críticas do PSDB e afirmou que "não tem nada de disputa política" a investigação da Polícia Federal envolvendo graves denúncias sobre um grande esquema de propina na compra de equipamentos para o metrô de São Paulo.
Ex-executivo da Siemens, que agora nega ser autor das denúncias segundo as quais empresas sob contrato com o Metrô e a CPTM abastecem o caixa dois dos tucanos há mais de 20 anos, é desmascarado por reportagem da revista Istoé: "Para pessoas de seu círculo íntimo, Everton Rheinheimer alega que resolveu abrir o verbo porque teria se revoltado com a maneira como o esquema era operado", diz o texto; ele afirmou ter feito a entrega da propina pessoalmente para a base aliada do governo do PSDB
Em depoimento na tarde desta terça (24) às comissões de Infraestrutura e de Transportes e Comunicações da Assembleia Legislativa de São Paulo, o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, disse que a formação de cartel (acordo ilegal firmado entre empresas para evitar a concorrência e elevar os preços de produtos e serviços) “é uma excrescência”.
Deputado do PCdoB tem sido crítico da blindagem às investigações na Assembleia Legislativa sobre as denúncias de formação de cartel nas licitações de compra de equipamentos para o Metrô e CPTM. A Siemens admitiu que houve combinação de preços entre concorrentes.
O presidente da Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), deputado estadual Alencar Santana (PT), qualifica como muito importante o depoimento do presidente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Mário Manoel Rodrigues Seabra Bandeira, nesta quarta-feira (11), para prestar esclarecimentos sobre o pagamento de propinas e formação de cartel nas licitações do Metrô e da CPTM.
Quatro contratos vigentes do Metrô de São Paulo com empresas denunciadas pela empresa Siemens por formação de cartel no sistema metroferroviário – incluindo a própria multinacional alemã – são alvo de inquérito do Ministério Público estadual. Os promotores que investigam as contratações suspeitam que o cartel, que segundo a Siemens durou de 1998 a 2008, gestões do PSDB, pode ter atuado para além do que alega a própria companhia.
A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social abriu mais seis inquéritos para apurar as denúncias de superfaturamento em contratos e de formação de cartel em licitações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Com isso, chega a 53 o número de inquéritos sobre o caso, relativo a concorrências públicas abertas no período de 1998 a 2007.
Os autores de grafites censurados pelo Metrô de São Paulo do canteiro de obras da futura estação Adolfo Pinheiro, em Santo Amaro, zona sul da capital paulista, refizeram o trabalho no domingo (18). Tinha sido apagado parte do trabalho que havia um homem-coxinha usando uniforme policial e perseguindo pessoas com um cassetete em punhos. Após apagar a obra, o Metrô voltou atrás e autorizou nova intervenção.
Uma nova denúncia de formação de cartel em contratos envolvendo o Metrô de São Paulo foi encaminhada na segunda-feira (12) ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pela Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro). A informação é da própria federação.