Na presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de centenas de representantes de sindicatos, movimentos sociais e populares, um ato em defesa das empresas públicas realizado na noite desta segunda-feira (6) na Fundição Progresso, na Lapa, região central do Rio de Janeiro, reafirmou a disposição de resistir ao prosseguimento do governo interino de Michel Temer.
A gestão Michel Temer, que adota o discurso da austeridade, anunciou cortes em gastos sociais, mas defendeu reajuste para servidores e criação de novos cargos. Após críticas à política fiscal da presidenta eleita Dilma Rousseff, aprovou previsão de déficit de R$170 bilhões. Professor de Economia da Unicamp, Pedro Paulo Zahluth Bastos aponta “hipocrisia” no discurso do governo, que, para ele, faz cortes “seletivos”, que atingem a maioria da população e poupam aliados do impeachment.
Sabemos que é um governo de direita para o qual a Constituição de 1988 “não cabe no PIB”. Sabemos que é um governo liberal, que se dispõe a fazer mais privatizações, a deixar a taxa de câmbio livre, e a cortar não apenas as despesas correntes mas também os investimentos públicos.
Por Luiz Carlos Bresser-Pereira
O presidente provisório Michel Temer quer estabelecer um limite máximo para os gastos primários do governo. Caso a iniciativa prospere, será permitido que as despesas cresçam apenas o equivalente à inflação do ano anterior. Se a regra já estivesse em vigor, teria significado, entre 2006 e 2015, uma perda de verbas na área da Saúde de R$ 178,8 bilhões e, da Educação, de R$ 321,3 bilhões. Os cálculos são do economista da UFRJ, João Sicsú, que aponta a tentativa de destruir direitos sociais.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ministro do Turismo do gabinete provisório de Michel Temer (PMDB), Henrique Eduardo Alves, atuou para obter recursos desviados da Petrobras em troca de favores para a empreiteira OAS.
Para o economista José Roberto Afonso, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), uma das medidas propostas pelo novo ministro da Fazenda golpista Henrique Meirelles infringirá a Lei de Responsabilidade Fiscal em R$ 100 bilhões. Esse dinheiro será resgatado do BNDES com a antecipação de um empréstimo.
Desde o começo, ficou evidente que o processo de impeachment da presidente eleita, Dilma Rousseff, tinha como objetivo principal o fortalecimento dos verdadeiros ladrões de Brasília, permitindo assim que impeçam, obstruam e ponham fim às investigações da Operação Lava Jato (além de imporem uma agenda neoliberal de privatizações e austeridade extrema).
Por Glenn Greenwald
Ocupando a presidência provisoriamente após um golpe contra o mandato da presidenta eleita Dilma Rousseff, Michel Temer (PMDB) está inelegível pelos próximos oito anos. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) enviou à zona eleitoral do peemedebista um documento para constar no sistema da Justiça eleitoral que ele não é mais um “candidato ficha limpa”. As informações são do site Conjur e foram confirmadas pelo TRE-SP, que já havia anunciado a condenação.
A Câmara dos Deputados aprovou a criação de mais de 14 mil cargos federais, dentro do pacote proposto pelo presidente interino Michel Temer. A medida teria "passado batida" pelos parlamentares porque foi incluída dentro do reajuste para 16 categorias de servidores públicos dos três poderes da República. Temer afirmou que aprovações são resultado de sua "base parlamentar muito sólida".
O vazamento das conversas gravadas por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e apontado como operador do PMDB no esquema de propina da Petrobras, escancarou o golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff. Com isso, os golpistas perderam a força para aprovar o impeachment no Senado. Para tentar reverter esse quadro, o consórcio da direita, que inclui a mídia, lança mão de mais factoide e requenta a delação de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras.
Por Dayane Santos
Dessa vez nem precisou da atuação dos jovens aguerridos da UJS para murchar o pato inflável da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, do SBT Brasil, nesta quinta-feira (2), Michel Temer, que ocupa provisoriamente a presidência, afirmou que a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) pode voltar, assim como outros impostos podem aumentar.
Por Dayane Santos
O neoliberalismo aumenta a desigualdade e não gera crescimento. A avaliação – feita há anos por economistas à esquerda – agora parte até mesmo do Fundo Monetário Internacional. Em estudo publicado esta semana, economistas da instituição fazem uma autocrítica e apontam equívocos nas políticas neoliberais, prescritas pelo próprio FMI. O mea-culpa acontece justamente quando as forças atrasadas à frente do golpe no Brasil propõem uma restauração dessa doutrina.