O governo recuou, mas tudo indica que Carlos Marun (PMDB-MS) deve assumir a Secretaria de Governo de Michel Temer. “Se ele quer nomear, deveria ter sido mais inteligente. Chega de intermediário, poderia nomear diretamente o Eduardo Cunha para ser o ministro da articulação política”, resumiu o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ao comentar a indicação que integrava a tropa de choque do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso pela Lava Jato.
Depois de anunciar a nomeação do deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) como ministro da Secretaria de Governo, Michel Temer recuou e chamou nesta quinta-feira (23) o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para uma reunião com o próprio Marun e o também deputado Baleia Rossi (PMDB-SP) para discutirem a crise entre PMDB e PSDB pelo ministério da articulação política.
Por Dayane Santos
Na tentativa de aprovar a medida mais impopular do governo, Michel Temer enxugou a reforma da Previdência. Apesar de alguns recuos, o texto continua a ter pontos perversos, como o pagamento do benefício integral apenas aos que tiverem 40 anos de contribuição e a idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres solicitarem aposentadoria – que agora pode ter aplicação progressiva. Ao contrário do que diz a gestão, a reforma não ataca privilégios e prejudica em especial os mais pobres.
Na tentativa de aprovar ainda este ano a reforma da Previdência, Michel Temer tenta recompor a base aliada e agradar os descontentes. Depois de uma conversa com o principal fiador do golpe, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), nesta quarta-feira (22). Temer decidiu mudar o articulador político do Palácio do Planalto, nomeando o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), que integra a sua tropa de choque, para ministro da Secretaria de Governo em substituição ao tucano Antonio Imbassahy (BA).
O governo corre contra o tempo para tentar convencer partidos da base aliada de que devem votar e aprovar a reforma enxuta da Previdência. Há forte resistência por conta do desgaste eleitoral que poderia comprometer as eleições de 2018.
Um artigo publicado nesta terça-feira (21) no jornal francês Libération, intitulado, “Brasil, o novo laboratório do neoliberal”, escrito pelo filósofo Dany-Robert Dufour e os sociólogos Frédéric Vandenberghe e Carlos Gutierrez, faz uma análise ácida sobre a situação atual do Brasil.
O Inep, ligado ao Ministério da Educação do governo Michel Temer (PMDB), barrou a exposição de um artigo científico que, mesmo tendo sido avalizado tecnicamente pelo comitê editorial, desagradou a direção do instituto.
Depois de extinguir a rede pública do programa Farmácia Popular, já tendo fechado mais de 500 postos de fornecimento, o desastroso governo golpista avança mais um passo na revogação do acesso a medicamentos gratuitos ou com até 90% de desconto nas drogarias privadas. O ministro da “Saúde” anunciou esta semana que vai cortar até pela metade os custos com as indústrias que fornecem medicamentos aos estabelecimentos conveniados sob o selo “Aqui tem farmácia popular”.
Por Dilma Rousseff*
A bancada do PT na Câmara e no Senado protocolou, nesta terça-feira (21), um requerimento de investigação na Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer, o ministro Fernando Coelho (Minas e Energia) e o secretário executivo da pasta Paulo Pedrosa.
Ao que tudo indica, somente agora é que os jornalões passaram a assumir em seu conteúdo editorial aquilo que já era sabido de todos que acompanham a evolução da cena política tupiniquim com um mínimo de isenção. A composição do núcleo duro do governo que sucedeu ao golpeachment encerra, desde seu início, uma contradição que não pode ser considerada irrelevante.
Por Paulo Kliass*
A maior aposta do governo Temer vem se esvaindo a cada dia. Anunciada como uma das salvações do país, a famigerada reforma da Previdência, agora, “não será muito ampla”, conforme disse Michel Temer nesta terça-feira (21), durante evento de lançamento de um pacote de serviços digitais sobre emprego.
Em entrevista à rádio CBN na manhã desta terça-feira (21), o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou que o governo de Michel Temer “está muito longe” de ter os 308 votos necessários para aprovar as mudanças na Previdência Social (PEC 287/16). Segundo ele, a proposta foi “demonizada” e tirar a “imagem ruim” da PEC não será fácil.
Por Christiane Peres