A grande imprensa brasileira se acostumou a definir sua modernização como sendo alteração gráfica, de formato e espaço da notícia. Tempos atrás, pensava que modernização era estilo de texto. Mas resiste em pensar que aggiornamento, hoje, deveria ser de linha editorial. Resiste porque não consegue dialogar com a notícia.
Por Rudá Ricci*
Quando abri a edição especial de Veja que está nas bancas (nº 2.196, dezembro/10) tratando de sustentabilidade, tive uma curiosa sensação de dejá vu, como os psicólogos caracterizam a experiência de experimentar uma situação que temos certeza de termos vivido antes. Essa expressão, segundo uma rápida pesquisa histórica, teria sido utilizada pela primeira vez pelo francês Emile Boirac (1851-1917), um pesquisador interessado em fenômenos psíquicos.
Por Ulisses Capozzoli, no Observatório da Imprensa
O ano de 2010 deixa algumas lições importantes para os observadores da imprensa e para todos os cidadãos que se preocupam com o futuro das liberdades democráticas. O impacto dos vazamentos do WikiLeaks certamente é uma delas, com a revelação de que na sociedade hipermediada não há garantia para segredos.
Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa
Neste ano comemoramos 100 anos do Dia Internacional das Mulheres elegendo uma delas, pela primeira vez, Presidente da República do Brasil. Além de muita cultura, o ano também revelou a África do Sul para o mundo com uma das copas mais alegres e barulhentas que os amantes de futebol já viram. Além das eleições, os brasileiros se emocionaram com histórias daqueles que lutaram contra a Ditadura. Com humor, vídeos desmacararam a mídia e colocaram em cheque o poder dos jornais e revistas no país.
A Frente de Libertação dos Blogues, liderada por CloacaLeaks, ataca a mídia tupiniquim e apresenta, com muito bom humor, o Julian Assange brasileiro. Divirta-se com essa super produção e inspire-se na luta pela democratização da comunicação no país.
O fenômeno Lula, que deixa o poder, como observou um analista, "amado pelo povo e detestado pela mídia", deve servir não só para uma reavaliação do papel da mídia, mas também como horizonte para aqueles que trabalham pela universalização da liberdade de expressão e pela efetivação do direito à comunicação.
Por Venício Lima*, em Carta Maior
Para tornar mais barata e atrativa a divulgação de informações e campanhas da área de saúde pública, o Canal Saúde entrou nesta terça (21) na era da transmissão digital, como geradora de conteúdo em canal próprio para ser sintonizado por antenas parabólicas. A programação do Canal Saúde é veiculada desde 1994, integrada à grade de outras transmissoras, e também na internet.
O blog do Palácio do Planalto publicou nesta segunda-feira (20) uma coletânea de textos escritos com a colaboração de integrantes do governo, nos quais desmonta a campanha do jornal O Globo para desacreditar os avanços da atual gestão. O blog não apenas contesta os dados de um caderno especial produzido pelo jornal da família Marinho sobre os oitos anos de Lula na Presidência, como desmascara o veículo, apontando toda a sua parcialidade.
O juiz Gustavo André Oliveira dos Santos, da 13ª Vara Federal (SJ/DF), condenou o jornal O Globo a conceder direito de resposta ao Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) contra matérias publicadas nos dias 22 e 24 de agosto deste ano, julgadas inverídicas e ofensivas à honra da instituição.
A última pesquisa do Ibope sobre a popularidade do presidente Lula da Silva e o índice de aprovação do seu governo tem mais destaque na mídia internacional do que na imprensa brasileira.
Por Luciano Martins Costa
A Folha publicou um caderno especial sobre os 8 anos do Lula: “Crescimento, avanços sociais e escândalos”. A primeira página já tinha ressalvas: “Lula entrega país melhor, mas (sic) imposto é record”. Ah, as adversativas do PiG! Quando a notícia contradiz o editorial, o título tem sempre uma adversativa – lembrou a professora Marilena Chauí.
Por Paulo Henrique Amorim
Registro neste derradeiro mês de 2010 uma falsa surpresa, outra verdadeira e uma revelação. A surpresa que não houve vem do WikiLeaks e é de amplo raio. O WikiLeaks demonstra apenas no plano mundial o baixo QI da diplomacia americana e, em perfeita afinação em relação ao Brasil, que os representantes de Tio Sam aqui sediados baseiam seus despachos na leitura de Veja, Estadão, Folha e Globo.