Dentre 11 países, Brasil e Portugal são os países que mais contam com publicações científicas de mulheres cientistas, 49%. Na área de exatas as publicações científicas feitas por mulheres correspondem a apenas 25% do total no Brasil. Essa baixa representatividade das mulheres nas exatas é observada há anos sem que sejam necessárias pesquisas específicas.
Por Ana Paula Bueno*
A vice-presidente da Associações dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), Vera Lúcia Deboni, divulgou uma carta aberta endereçada ao presidente Michel Temer, na qual critica as declarações do presidente da República sobre o papel da mulher. De acordo com ela, a fala de Temer, por acasião do 8 de março, mostra "uma interpretação desconectada com o tempo em que vivemos”. Afinal, " lugar de mulher é onde ela quiser".
Enquanto milhares de mulheres marchavam por direitos em todo o país, deputadas garantiam em Plenário a aprovação de quatro projetos de interesse feminino no Dia 8 de Março. Um deles, de autoria da ex-deputada Angela Albino incluir no Código de Processo Penal a proibição do uso de algemas em presas grávidas durante os procedimentos médicos para a realização do parto, durante o trabalho de parto e o período de puerpério imediato. Jandira Feghali foi a relatora da matéria em plenário.
É o fim da semana do 8 de março, que este ano foi comemorado com uma multidão de mulheres nas ruas e avenidas de todo o mundo. Foi sem dúvida a maior passeata dos últimos tempos e bem maior do que a gente podia esperar. No Brasil, Marias de Norte a Sul fizeram um manto lilás acompanhado de um sem número de palavras de ordem.
Será lançado em Belo Horizonte, no próximo sábado (11), o livro "Mirela e o Dia Internacional da Mulher", que tem o objetivo de conscientizar ainda nos primeiros anos de vida sobre a importância desta data. Escrito pela neta de Luiz Carlos Prestes, a cientista política Ana Prestes, a publicação surgiu diante da inexistência de literatura infantil sobre o tema.
O 8 de março é sempre uma oportunidade de valorizarmos as conquistas femininas históricas, em todos os campos, e de renovarmos as nossas lutas. Todos os anos, o Dia Internacional da Mulher é fundamental na nossa agenda, mas em 2017 a data é ainda mais estratégica. Neste dia especial, temos de protestar em todos os espaços e ocupar as ruas e as redes para impedirmos graves retrocessos trazidos pelo governo golpista de Michel Temer.
A manifestação das mulheres ocorrida nesta quarta-feira, 8 de março, na Praça da Sé, no Centro de São Paulo, contou com a participação da ex-ministra de Políticas para as Mulheres do governo Dilma Rousseff, Eleonora Menicucci.
Dizem que quem conta um conto, sempre aumenta um ponto. É por isso que Viva Maria hoje, ainda sob os ecos do 8 de março, comemorado ontem faz questão de ouvir a escritora e pós-doutorada em Ciências Sociais, Mary del Priore.
Em diversas cidades brasileiras milhares de mulheres foram às ruas neste 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, tendo como bandeira principal a defesa de suas conquistas. O lema Nenhum Direito a Menos unificou as manifestações em todo o Brasil, mas questões como o combate às reformas da Previdência e trabalhista e a denúncia da violência contra as mulheres marcaram a mobilização. Em parceria com o Cuca da UNE o Portal Vermelho faz um registro da mobilização.
Uma semana depois da morte de Elis Regina, 19 de janeiro de 1982, o cartunista Henfil publicou na página da revista IstoÉ onde publicava suas charges e as famosas Cartas da Mãe", uma homenagem à cantora. Na carta Henfil fala sobre a vida e a morte daquela que enfrentou o machismo em sua breve vida. A carta é muito atual e tem muito a ver com a luta das mulheres contra a violência, a misoginia e o machismo de que são vítimas.
Leia abaixo a réplica da carta:
Enquanto milhares de mulheres protagonizavam manifestações em diversas cidades brasileiras, Michel Temer expunha sua opinião sobre o papel da mulher, destacadamente o que ela "faz pela casa, pelo lar". Tais afirmações contrárias ao reclamando empoderamento das mulheres provocaram reações contrárias de internautas.
No primeiro 8 de março pós o golpe que afastou a legítima presidenta Dilma Rousseff, o balanço dos investimentos do governo golpista de Michel Temer demonstra que ele destrói direitos conquistados pelas mulheres e não aponta perspectivas para a luta das mulheres brasileiras.