José Antunes Sobrinho, um dos donos da empreiteira Engevix, decidiu interromper a negociação de um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato. Ele havia prometido entregar provas do pagamento de R$ 1 milhão a um interlocutor do presidente interino, Michel Temer, como forma de agradecimento pela participação em contrato de R$ 162 milhões da Eletronuclear, referente à usina de Angra 3.
O ex-ministro-chefe da Casa Civil Jaques Wagner (BA) alfinetou o atual comandante da pasta no governo Michel Temer, Eliseu Padilha, ao dizer que "os golpistas não conseguem esconder a vontade de barrar a qualquer custo as investigações da Lava Jato. Nem mesmo o fato de estarem em público os constrange".
As empresas investigadas por duas das principais operações realizadas pela Polícia Federal atualmente no Brasil, Lava Jato e Zelotes, representam, juntas, 14% do PIB, aponta um levantamento realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo. As receitas das 32 companhias somam cerca de R$ 760 bilhões.
“A menos que algo de grave e inusitado ocorra, os procuradores da República que atuam na Operação Lava-Jato não pretendem pedir a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva”, é o que afirma o jornalista Humberto Trezzi, do jornal Zero Hora.
Por Dayane Santos
Após a divulgação oficial da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o ministro do Turismo de Temer, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pediu demissão do cargo nesta quinta-feira (16). Com ele, totalizam três ministros que pediram para sair depois de denúncias de envolvimento no esquema da Lava Jato.
A delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado atingiu em cheio lideranças de diversos partidos que articularam o golpe, entre eles o campeão de citação por delatores, o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Machado disse que recebeu R$ 350 mil em dinheiro vivo de Luiz Nascimento, da Camargo Corrêa, para o PSDB. Em valores atuais, a cifra equivale a cerca de R$ 1,5 milhão.
A delação premiada de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e apontado como operador do PMDB no esquema de propinas da Lava Jato, que citou uma suposta propina articulada entre ele e o presidente interino Michel Temer abalou as estruturas já corroídas do governo golpista.
Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolaram, nesta quarta (15), um recurso no Supremo Tribunal Federal, pedindo que o Ministério Público Federal seja notificado das condutas do juiz federal Sérgio Moro, titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, que poderiam configurar crime de abuso de autoridade.
As conversas telefônicas entre a então presidente em exercício Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, interceptadas em março pela Polícia Federal a pedido do juiz Sergio Moro, não podem ser utilizadas como prova. A decisão é do ministro Teori Zavascki, relator no Supremo Tribunal Federal dos casos da Lava Jato.
Em entrevista publicada nesta segunda-feira (13) no Estadão, o senador Aécio Neves, citado por pelos menos cinco delatores da Lava Jato por comandar esquema de propinas em Furnas, afirma que o seu nome foi citado por conta de uma suposta vingança de Delcídio Amaral. Mas Delcídio foi um dos últimos, até agora, a falar sobre o esquema de Aécio.
O juiz federal Sérgio Moro recebeu nesta quinta (9) a denúncia oferecida pelos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato contra Cláudia Cordeiro Cruz, mulher do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB).
O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato na primeira instância, suspendeu a tramitação do processo contra o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, um dos delatores da Lava Jato, referente à 23ª fase da operação tirando ele da condição de réu confesso colocando-o como testemunha de acusação.