Israel vê com preocupação os apoios internacionais que seus vizinhos vão acumulando antes de alcançar um acordo de paz. Equador acaba de reconhecer o Estado palestino soberano após decisão semelhante do Brasil e Argentina.
Se novamente se escutam tambores de guerra em Israel, isso se deve à dúvida em sua capacidade para vencer. Dois anos depois da operação “Chumbo Derretido” e apesar da triunfante retórica das diferentes informações comemorativas aparecidas na mídia, há uma espécie de sensação de que essa campanha foi tão fracassada como a segunda guerra do Líbano, em 2006.
Por Ilan Pappe*
Enquanto os países latino-americanos seguem o caminho indicado pelo Brasil, de reconhecer o Estado palestino independente das fronteiras de 1967, Israel dá as costas ao mundo, intensifica construções ilegais na Cisjordânia e reforça os laços militares com os EUA
Por Niko Schvarz
Entidades internacionais divulgaram, nesta quarta-feira (28), uma Carta aberta vinda da Gaza sitiada, para marcar os dois anos após o massacre de Israel contra os palestinos e exigindo justiça. “Basta de inacção, chega de discussão, chega de esperar – este é o momento para responsabilizar Israel pelos seus crimes permanentes contra nós”, diz o texto.
O movimento nacionalista Fatah exortou nesta segunda-feira seu rival islamita Hamas à reconciliação palestina para evitar uma nova ofensiva de Israel em Gaza como a que ocorreu entre 2008 e 2009 acabou com a morte de 1,4 mil palestinos.
A ministra espanhola de Relações Exteriores e Cooperação, Trinidad Jiménez, disse acreditar que em 2011 haverá condições necessárias para que o Estado palestino seja reconhecido, se não pela União Europeia como um todo, por um bom número de países.
O presidente equatoriano, Rafael Correa, assinou o reconhecimento oficial do governo do Equador do Estado palestino como livre e independente, com suas fronteiras desde 1967. O mesmo reconhecimento foi feito pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, na última quarta-feira (22). Morales e Correa passam a reconhecer o Estado palestino, como fizeram o Brasil e a Argentina neste mês.
A força aérea israelense bombardeou na manhã deste sábado (25) quatro alvos na Faixa de Gaza, ferindo pelo menos duas pessoas, segundo testemunhas e autoridades palestinas.
Israel construiu colônias judaicas ilegais em território palestino da Cisjordânia nos últimos três meses "a um ritmo não visto em anos", afirmou nesta quinta-feira (23) Hagit Ofran, da ONG Shalom Ajsav à agência espanhola de notícias Efe.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou nesta quarta-feira (22) o reconhecimento da Palestina como Estado independente e soberano, como fizeram Brasil e Argentina este mês.
Os Estados Unidos e Israel voltaram a ficar num quase absoluto isolamento ao votar contra uma resolução sobre o direito do povo palestino à livre determinação aprovada pela Assembleia Geral.
O Ministério de Assuntos Exteriores de Israel pediu a suas delegações no mundo que busquem frear uma campanha empreendida pelos palestinos para obter reconhecimento como Estado soberano perante a comunidade internacional.