Os Estados Unidos já reconheceram o governo golpista do Paraguai. O Vaticano, hegemonizado por forças conservadoras, também manifestou o seu apoio. A mídia golpista do Paraguai está em festa, com manchetes que enfatizam o "retorno à normalidade democrática" – exatamente como fizeram os jornalões brasileiros no golpe militar de 1964.
Por Altamiro Borges, em seu blog
A presidenta da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), publicou notas à imprensa sobre o impeachment do presidente do Paraguai, Fernando Lugo. Acompanhe a seguir, o posicionamento da Comissão sobre a abertura do processo e, posteriormente, sobre a cassação do presidente paraguaio.
O ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo transformou sua casa em Lambaré, nos arredores de Assunção, capital paraguaia, em uma espécie de quartel-general de um governo paralelo ao oficial. Lugo marcou para esta segunda (25) cedo uma reunião denominada Gabinete da Restauração da Democracia. A ideia é manter a rotina de governo, mesmo depois da sua destituição há três dias.
No Paraguai, o Poder Legislativo, na condição de tribunal político, atentou contra dois princípios básicos de qualquer democracia minimamente séria: o princípio da “ampla defesa” e o princípio do “devido processo legal”. É impossível um processo justo – mesmo de natureza política – que dispense um mínimo de provas.
O governo do Brasil acompanha atentamente os desdobramentos políticos no Paraguai, mas só tomará iniciativas em conjunto com a Argentina e o Uruguai. A exemplo da medida adotada neste domingo (24), que suspendeu o Paraguai do Mercosul (bloco econômico que reúne o Brasil, a Argentina, o Uruguai, Paraguai e mais seis parceiros), o Brasil sinaliza que não reconhecerá um Estado que desrespeita a ordem democrática.
O primeiro reconhecimento externo ao governo ilegítimo do Paraguai veio – não poderia ser outro! – do departamento de Estado dos EUA, na noite da própria sexta-feira (22) e algumas horas depois de consumada a deposição do presidente constitucional, Fernando Lugo.
O presidente recém-empossado do Paraguai, Federico Franco, quer evitar o desconforto com os países vizinhos, principalmente o Brasil e o Uruguai. Determinado a desfazer o mal-estar causado pela destituição do então presidente Fernando Lugo, Franco pretende procurar nos próximos dias a presidenta Dilma Rousseff e o presidente do Uruguai, José Pepe Mujica. Um dos receios de Franco é o eventual rompimento da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) com o Paraguai.
Os que abriram hoje o portal oficial da Presidência da República paraguaia assombraram-se ao encontrar como um dos títulos principais a frase "Franco NÃO poderá governar".
O Senado do Paraguai destituiu nesta sexta-feira 22 o presidente Fernando Lugo por maioria absoluta (39 votos a favor, 4 contra e duas ausências), abrindo espaço para o vice-presidente Frederico Franco, do PLRA (Partido Liberal Radical Autêntico), assumir o posto cerca de um ano após romper a coligação com Lugo.
Por Gabriel Bonis
Manifestantes deixaram o Aterro do Flamengo, onde acontecia a Cúpula dos Povos, no Rio de Janeiro, e seguiram rumo à embaixada do Paraguai para prestar solidariedade ao presidente paraguaio Fernando Lugo, vítima de um golpe branco. Até o fim da manifestação, Lugo não havia sido destituído e todos reivindicavam a interrupção do processo aberto pelas casas legislativas paraguaias. O Vermelho acompanhou o ato. Confira as imagens.
Um grupo formado por cerca de 100 manifestantes se concentraram na tarde desta sexta-feira (22) em frente ao Consulado do Paraguai, na Praia de Botafogo, no Rio de Janeiro (RJ) para prestar solidariedade ao presidente paraguaio Fernando Lugo, vítima do que as forças de esquerda da América Latina estão chamando de golpe branco. Até o fim da manifestação, Lugo não havia sido destituído.
Em 1917, quando a Revolução explodiu na Rússia, os marxistas encontraram uma explicação rápida para o fato de o movimento comunista não ter surgido com mais força nos países centrais do Capitalismo (como se depreendia que deveria ocorrer, pelas teorias de Marx): a terra do Czar era “o elo mais fraco da cadeia”.