Os peruanos foram às urnas neste domingo (5) para escolher o novo presidente. Com 88% das urnas apuradas, o boletim da Oficina Nacional de Processos Eleitorais mostra que Pedro Pablo Kuczynski tem 50,52% dos votos, enquanto Keiko Fujimori soma 49,47%.
Onda antifujimori e escândalos dos últimos dias parecem ter causado estragos a candidatura da filha do ex-ditador.
O segundo turno das eleições presidenciais do Peru acontece no próximo domingo (5), e a rejeição à candidata neoliberal Keiko Fujimori – filha do ditador Alberto Fujimori – cresce. Uma marcha foi convocada para esta terça-feira (31), além da capital, Lima, cidades de outros países, entre elas, Buenos Aires na Argentina, também se manifestam em apoio ao povo peruano.
O segundo turno das eleições presidenciais do Peru acontece no próximo domingo (5). A candidata de esquerda, Veronika Mendonza subiu muitos degraus na corrida eleitoral, saiu de 7º para 3º lugar, mas não chegou à disputa final. O país agora terá que decidir entre dois projetos neoliberais, um defendido por Keiko Fujimori, a filha do ditador Alberto Fujimori, e outro pelo representante do mercado, Pedro Pablo Kuczynski.
Novos dados oficiais divulgados nesta segunda-feira (11) garantem que Keiko Fujimori é a vencedora do primeiro turno nas eleições presidenciais do Peru e que seu partido, o Força Popular, contará com uma ampla maioria parlamentar.
Segundo dados do Instituto Datum, divulgados no dia 2 de abril, Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), aparece na liderança com 36,1% das intenções de voto. Em seguida há um empate técnico entre o economista Pedro Pablo Kuczynski (do “Peruanos por el Kambio”), com 16%, e a candidata de setores de esquerda Verónika Mendoza, da Frente Ampla, com 14,8%. Já 15,5% do eleitorado votariam nulo ou em branco.
Entre as propostas defendidas por Verónika Mendoza, candidata franco-peruana para o país, estão mudar a Constituição neoliberal de 1993 e implementar reformas econômicas e sociais de caráter progressista, com maior presença do Estado na economia. As eleições no Peru serão neste domingo (10) e Verónika tem reais chances de ir ao segundo turno contra Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori.
Se Verónika Mendoza tivesse nascido um mês depois de 9 de dezembro de 1980, teria que esperar até 2021 para ser candidata à presidência do Peru por não cumprir a idade mínima legal para se candidatar.
Duas mulheres decidem as eleições e o destino do Peru. Uma poderá levá-lo literalmente ao inferno; outra poderá abrir caminhos de construção. As eleições do dia 10 de abril estão sendo disputadas por muitos candidatos de vários partidos, mas somente duas mulheres têm chance de ir para o segundo turno: Verónika Mendoza e Keyko Fujimori, uma antípoda da outra.
Paulo Cannabrava Filho*
O combate a fundo contra o fujimorismo tem que dar-se fundamentalmente na esfera da luta de ideias. Sendo importante não se opor apenas a uma candidatura; é preciso conquistar não só a emoção do povo, mas principalmente sua consciência, levar a cabo uma renovação da política, a assimilação de valores consistentes com as grandes mudanças de que o Peru necessita. Se trata de um trabalho árduo, que transcende a atual conjuntura eleitoral.
A candidata à presidência do Peru, Keiko Fujimori, espera a decisão definitiva do Tribunal Nacional de Eleições (JNE, pela sigla em espanhol) sobre os pedidos de impugnação de sua candidatura. O processo eleitoral acontece no próximo dia 10 de abril. As denúncias alegam que a filha do ditador Alberto Fujimori violou as regras eleitorais ao presentear eleitores com brindes e “ajudas econômicas”.
Falta menos de um mês para as eleições presidenciais do Peru, ainda assim o cenário político é instável. Na semana passada, dois candidatos foram impugnados e o partido governista retirou sua candidatura. Agora, nesta segunda-feira (14), a progressista Verónika Mendonza, da Frente Ampla, aparece em terceiro lugar nas pesquisas, ainda dominadas pela filha do ditador Alberto Fujimori.