O jornalista Altamiro Borges conversa com o sociólogo Clemente Ganz Lúcio
A economia brasileira teve contração recorde de 9,7% no segundo trimestre de 2020. Consumo das famílias despencou 13,5%.
Queda chega a 11,4% na comparação com o segundo trimestre de 2019
Para Marco Rocha, cenário ainda é de profunda incerteza. Ele alerta que efeito estatístico em dados não correspondem a um dinamismo real da economia.
Índice oficial será divulgado em 1º de setembro pelo IBGE
Estudo da UFRRJ estima que recursos da ajuda amenizam em dois pontos percentuais recuo da economia
O ministro da Economia disse acreditar em rápida retomada econômica para o país, mas não disse em que informações se respalda para a projeção. De forma contraditória, governo insiste em receituário de corte de gastos.
Quanto maior for a focalização do gasto público nos mais pobres, dada sua maior propensão ao consumo, aumentará mais o multiplicador do PIB.
Um agravante para o baixo desempenho da economia brasileira é que o país já crescia pouco mesmo antes da pandemia. O país estava atrás da maior parte do mundo: para se ter uma ideia, sete em cada dez países cresceram mais do que o Brasil no ano passado, ainda segundo o FMI.
Segundo dados do IBGE, a atividade econômica recuou 1,5% e 900 mil pessoas se somaram ao contingente de desempregados nos três primeiros meses de 2020.
“A incerteza em relação aos fatores políticos é uma das grandes restrições à aceleração do investimento. Quem vai tomar a decisão de investir num país com prazo de 5, 10 anos?” questionou Cassiana Fernandez, economista-chefe do banco.
Segundo Marco Rocha, da Unicamp, segundo semestre de 2019 já apresentava indicadores que apontavam para desaceleração.