Segundo o estudo sobre violência policial e a desmilitarização da Polícia Militar feito pelo tenente-coronel Adilson Paes de Souza, da reserva da PM do estado de São Paulo, a instituição "é resquício da sobrevivência da Doutrina de Segurança Nacional, mesmo após o dito processo de redemocratização do país com a Constituição Cidadã, em 1988”. Os dados estão no livro O Guardião da Cidade, em que o oficial analisa como a Polícia Militar perpetua até hoje mentalidade e ações da ditadura no Brasil.
A experiência da violência de Estado por parte da classe média branca pode explicar a ampla rede de solidariedade ao caso do negro pobre da Rocinha, inexistente ou irrisória no cotidiano da violência policial contra as classes populares. Sem essa rede, a imprensa e o sistema de justiça poderiam ter reagido de modo diverso do habitual, como tem ocorrido?
Por Mateus Utzig*, no Brasil de Fato
Cercados pela Polícia Militar, integrantes de movimentos sociais realizaram na última sexta-feira (8), em São Paulo, um ato pela desmilitarização da corporação. No entender dos manifestantes, não se trata de desarmar a PM, mas de substituir a lógica da repressão pela ideia da boa convivência e da proteção da sociedade.
O universitário Paulo Henrique dos Santos, de 22 anos, teve a prisão revogada e foi posto em liberdade às 18h da quinta-feira (7). Ele estava preso desde 25 de outubro no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, sob acusação de ser um dos agressores do coronel da Polícia Militar de São Paulo Reynaldo Simões Rossi, comandante do policiamento da área Centro, durante a manifestação de encerramento da Semana Nacional de Luta pelo Transporte Público, no último dia 25.
Policiais que se consideram tratados como escravos ou prisioneiros, trabalhando sob constante pressão e a base de calmantes. É esse o cenário a que muitos PMs estão submetidos em seu dia a dia e que aparece retratado na tese de doutorado da socióloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP (Universidade de São Paulo) Viviane de Oliveira Cubas.
Cabos e soldados da Polícia Militar (PM) realizaram na terça-feira (22) uma carreata pela cidade em protesto contra a proposta do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de reajuste salarial de 7% para todas as patentes e categorias. De acordo com a Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de S. Paulo (ACSPM), durante todo o percurso, eles receberam apoio da população. Eles reivindicam aumento real acima do proposto, semelhante ao que foi concedido no biênio 2011-2012.
Pelo menos 83 jornalistas brasileiros foram agredidos desde junho, quando teve início a onda de protestos no país, segundo levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Quase 80% dos casos, ou 65 agressões, foram resultado da ação de policiais militares.
A Divisão de Homicídios da Polícia Civil fluminense encaminhou, na noite de terça-feira (1º/10), ao Ministério Público do Rio, a conclusão do inquérito sobre o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarido de Souza, de 47 anos. Ele sumiu no dia 14 de julho depois de ser levado para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha.
Quatro policiais militares foram condenados na madrugada desta sexta-feira (13) pela morte do menino Juan Moraes, de 11 anos, durante ação policial em uma favela da Baixada Fluminense, em 2011. Em júri que começou na última segunda-feira (9), na 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, o sargento Ubirani Soares recebeu pena de 32 anos.
Sob protesto de militantes negros e ativistas de direitos humanos, o projeto de autoria do ex-comandante da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e atual vereador pelo PSDB, coronel Paulo Telhada, foi aprovado na tarde de terça-feira (3), com a votação mínima exigida pelo regimento interno da Casa: 37 vereadores votaram a favor e 15 contra. Houve ainda uma abstenção e dois parlamentares não compareceram ao plenário.
Por Lúcia Rodrigues
A Polícia Militar do Rio de Janeiro afastou, nesta segunda-feira (20), um sargento da Tropa de Choque cujo nome não foi divulgado, depois da divulgação de um vídeo que flagra o momento em que ele joga spray de pimenta contra jornalistas que cobriam um protesto realizado no Catete, na zona sul, na noite de segunda-feira (19).
O desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, após ter sido detido por policiais militares no Rio de Janeiro, reacendeu o debate sobre casos parecidos que vêm sendo denunciados nos últimos anos no Brasil. No entanto, não há dados oficiais consolidados que permitam avaliar a frequência e quantidade desse tipo de ocorrência.