A privatização da Eletrobras dominou o debate sobre o plano de desestatizações do governo federal no setor elétrico, de petróleo e gás, de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias ocorrido na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), nesta terça-feira (20).
Quando o atual governo decidiu por impor uma agenda de retrocessos ao Brasil, anunciou um pacote de privatizações sob a alegação de que as empresas estatais são ineficientes. Optou por dialogar com uma parcela da população que acredita que o melhor caminho é entregar nas mãos da iniciativa privada todo e qualquer negócio, sem considerar aspectos estratégicos, soberanos e sociais.
Por Fabiola Antezana*
A Eletrobras, responsável por um terço da capacidade de geração de energia do país, está ameaçada de privatização. A proposta do governo federal inclui a venda das 13 empresas subsidiárias, que prestam serviços de geração, transmissão e distribuição de energia em todas as regiões do país. São 233 usinas e 70 mil quilômetros de linhas de transmissão – cerca de 47% do sistema nacional.
Governo Temer, estados e municípios aproveitam a crise fiscal do país para colocar a privatização na agenda política e econômica. Um levantamento revelou que está em curso mais de 230 projetos de privatização, concessão ou parcerias-público-privadas como alternativa de obter recursos extras para cobrir rombos gerados pela má gestão. "Não vai cobrir, não vai resolver a questão do deficit e além disso vai pior a vida da população", diz Rita Serrano do Comitê Nacional de empresas públicas.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) lançou, no final de janeiro, uma nota técnica sobre o impacto das privatizações na economia, explorando a importância das empresas públicas em diversos países do mundo.
Sem perspectiva de aprovação da reforma da Previdência, governo intensifica pressão no Congresso Nacional para aprovar a privatização da Eletrobras. Oposição promete resistir ao desmonte do setor elétrico brasileiro.
Por Iberê Lopes
Governo corre para vender, por ninharia, a empresa que controla os rios brasileiros. População opõe-se; e os países que privatizaram no passado, agora querem reestatizar.
Por José Álvaro de Lima Cardo*, no Outras Palavras
Abrir mão de empresas em setores estratégicos, principalmente para o capital externo, mesmo estatal, "significa delegar nossa trajetória de desenvolvimento econômico e social a interesses que não são necessariamente os da sociedade brasileira", afirma o Dieese em nota técnica sobre a política de desestatização do atual governo.
Em nota técnica, Dieese aponta que privatizar não é a solução, como quer o governo Temer.
Nota técnica do Dieese sobre privatização, divulgada nesta quinta-feira (1º), analisa a atual política de desestatização do governo do ilegítimo e golpista Michel Temer (MDB-SP) e fala sobre o papel estratégico das empresas estatais – no Brasil e no mundo – na produção e ampliação das condições estruturais (infraestrutura e serviços básicos, insumos estratégicos, crédito e investimento) para o desenvolvimento econômico e social.
O encontro de Michel Temer com o presidente da Nestlé, o belga Paul Bulcke, no último dia 24, em Davos, na Suiça, e a realização do 8º Fórum Mundial da Água em Brasília, em março, fazem parte da mesma agenda: a consolidação de acordos entre o governo brasileiro e empresas com vistas à privatização da água no Brasil. A opinião é do geólogo e professor emérito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Fernando Scheibe.
Por Cida de Oliveira
A crise fiscal no Brasil colocou o tema privatização de volta na agenda política e econômica. Levantamento do G1 identificou que o governo federal, estados e capitais pretendem repassar ao menos 238 projetos à iniciativa privada.