Em sua cruzada para tentar cumprir meta fiscal de 2017 – algo que o déficit acumulado até junho mostra ser missão impossível -, o governo agora estuda adiar o reajuste salarial já aprovado para servidores públicos. A informação foi dada nesta quarta (26), pela da secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi.
O reajuste do preço da gasolina, em 41 centavos por litro, será questionado na Comissão de Defesa do Consumidor, da Câmara dos Deputados.
A declaração do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que na quarta-feira (28) admitiu que o governo cogita a possibilidade de aumentar impostos, é uma capitulação e o reconhecimento de que a política econômica do governo Michel Temer (PMDB-SP) está cada vez mais longe da promessa inicial de que colocaria o país nos trilhos – largamente disseminada durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff.
Por Eduardo Maretti
A informação de que as contas de luz ficarão mais caras em todo o País, por uma diferença de R$ 62 bilhões que remeteria ainda aos anos 2000, gerou novo questionamento à Comissão de Defesa do Consumidor, da Câmara dos Deputados. O deputado federal Chico Lopes (PCdoB) questionou, nesta semana, a medida, apontando que o consumidor não pode pagar mais essa conta e criticando a decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sofreu nova derrota judicial – a quinta – na tentativa de aumentar a tarifa de integração dos ônibus com Metrô e CPTM, de cobrar taxas para embarque em terminais e aumentar a passagem dos ônibus intermunicipais. O governo do estado havia entrado com recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para derrubar liminar da Justiça paulista que proibiu o aumento. O órgão, porém, não acolheu o pedido.
A Federação de Bairros e Favelas de Fortaleza (FBFF) e outras entidades ligadas aos movimentos sociais acionaram a Defensoria Pública Geral do Estado do Ceará para questionar o aumento da tarifa da passagem de ônibus em Fortaleza.
Pouco mais de 8 horas após a aprovação da PEC 241 que a restringe gastos com direitos sociais, os deputados aprovaram nesta quarta-feira (26) reajustes salariais de até 37% para servidores das seguintes corporações: Polícia Federal; Polícia Rodoviária Federal; Perito Federal Agrário; Desenvolvimento de Políticas Sociais; Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit).
Os professores da rede estadual de São Paulo realizam nesta sexta-feira (26) a primeira assembleia da campanha salarial. Há dois anos sem reajuste, a categoria reivindica aumento emergencial de 16,6%, para repor a inflação acumulada entre julho de 2014 e fevereiro de 2016 e a implementação de uma mesa de negociação para efetivar a meta 17 do Plano Estadual da Educação, que trata da equiparação do salário dos docentes a outras categorias de profissionais com ensino superior.
Servidores do Ministério das Relações Exteriores entraram em greve por tempo indeterminado ao meio-dia desta segunda-feira (22) reivindicando equiparação salarial dos integrantes do SEB (Serviço Exterior Brasileiro) às demais carreiras típicas de Estado do Poder Executivo.
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta terça (23) que o governo só tratará de reajuste para servidores após o fim do processo de impeachment. Depois de ter anunciado seu pacote de bondades, que muitos apontaram ter como objetivo agradar apoiadores do golpe, a gestão agora puxa – provisoriamente – o freio das benesses, fator de atrito entre PMDB e PSDB. A orientação, no entanto, foi descumprida no mesmo dia, com a aprovação em comissão de aumento para a Defensoria Pública.
Depois de ser repreendido pelo mercado financeiro e por lideranças do PSDB, que cobram mais rigor no ajuste fiscal, o governo interino de Michel Temer agora resolveu “segurar um pouco” os reajustes salariais de servidores públicos.
O reajuste salarial dos servidores públicos federais, aprovado na semana retrasada com o apoio do governo, terá um impacto ainda maior nas contas públicas que o projetado inicialmente pelo Planejamento. Depois da retificação feita pelo governo, o custo será R$ 14,8 bilhões maior do que o inicialmente estimado pela equipe econômica. Trata-se de mais uma mudança na extensa lista de idas, vindas e correções que a gestão provisória de Michel Temer coleciona nesse um mês de existência.