Deputados da Oposição anunciaram nesta terça-feira (12) que obstruirão todas as sessões da Câmara até o fim deste ano para o governo não conseguir votar a Reforma da Previdência. O governo tem investido pesado para que a votação aconteça ainda este ano, no entanto, tem enfrentado resistência de diversos setores, inclusive de sua base.
Por Christiane Peres
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou nesta terça-feira (12) que somente um levante popular é capaz de impedir a reforma da previdência, a entrega do petróleo a estrangeiros e a corrupção no governo Michel Temer.
Centrais sindicais se reuniram na manhã desta terça-feira, 12, na Praça do Bandeirante para comunicar, à imprensa e à população, suas posições totalmente contrárias à votação da Reforma da Previdência. Com a máxima “Questão fechada! O Brasil vai parar”, as centrais indicam que se a medida for à votação, as ruas de todo o país serão ocupadas.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou nesta terça-feira (12) que pretende começar a discussão da Reforma da Previdência (PEC 287/16) no Plenário a partir de quinta-feira (14). Segundo ele, caso o governo consiga os votos, a proposta poderá ser votada já na próxima semana (19).
No vale-tudo de Temer para mudar as regras previdenciárias, a bola da vez é a negociação dos cargos indicados pelos irmãos Vieira Lima na Bahia com o líder do PR na Câmara, deputado José Rocha (BA). A legenda, ao lado do PSD, é das mais resistentes à aprovação da Reforma da Previdência entre os “aliados”. No entanto, Temer espera que as indicações políticas ajudem a Rocha a se empenhar mais na mudança de votos de sua bancada.
O governo Michel Temer apelou aos empresários para pressionar parlamentares e tentar garantir os 308 votos necessários para aprovar a proposta de reforma da Previdência. Com o objetivo de votar o texto entre os dias 18 e 19, representantes de entidades da indústria visitam a casa dos deputados para pressionar pela aprovação da reforma.
Os técnico-administrativos em Educação da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira participaram da atividade de greve contra a reforma da Previdência, promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no Ceará (Sintufce), juntamente com o Comando Local de Greve UFC.
Trabalhadores no setor de transportes no estado de São Paulo, ligados a diversas centrais sindicais, aprovaram na tarde de hoje (11), em plenária, paralisação na terça-feira da semana que vem (19) caso o governo de fato ponha em votação a proposta de "reforma" da Previdência.
Apesar dos argumentos de que mudanças pretendidas pelo governo Temer tornariam mais equânimes as aposentadorias, algumas categorias continuarão com privilégios.
Os agricultores e agricultoras do Brasil realizaram protestos nesta segunda-feira (11) e que prosseguem nesta terça-feira (12) por todo o Brasil contra a reforma da Previdência Social. Para os trabalhadores, sejam assalariados rurais ou agricultores familiares, o governo de Michel Temer mente para a população e a reforma da Previdência pode excluir 60% dos rurais do direito à aposentadoria de um salário mínimo.
Por Railídia Carvalho
Há uma semana em greve de fome, agricultores do Movimento dos Pequenos Agricultores (MAP) tem recebido mensagens de solidariedade, entre elas, está a do teólogo Leonardo Boff. A greve dos trabalhadores, que desde o dia 5 só consomem água e soro, é em protesto contra a reforma da Previdência que Michel Temer pressiona para que vá à votação ainda neste ano. Nesta segunda-feira (11), os grevistas retornaram ao Salão Verde da Câmara dos Deputados.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse que o presidente da República faz uso de mentiras para tentar aprovar a Reforma da Previdência. Ela fez a afirmação após analisar dois discursos de Michel Temer na última sexta-feira (8), em eventos do setor industrial.