A greve de fome dos trabalhadores rurais iniciada na última terça-feira (5) contra a proposta de Reforma da Previdência do governo Temer entrou no sétimo dia nesta segunda-feira (11). O ato político que começou com três agricultores teve a adesão de mais quatro pessoas e promete continuar crescendo não só em Brasília como pelo país.
A pressa do governo e de aliados para aprovar a reforma da Previdência até 18 de dezembro não sai do discurso. E não é por falta de vontade, mas de votos. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), acredita que com os votos que tem até agora, não será possível votar a matéria no prazo planejado pelo governo.
Pesquisa Ibope encomendada pelo governo Michel Temer sobre a proposta de reforma da Previdência aponta que a maioria dos entrevistados (66%) não concorda com a proposta de idade mínima para aposentadoria nem com a regra de transição para se chegar à exigência de 62 anos, para mulheres, e de 65, para homens.
Michel Temer tem se esforçado para dizer que o parlamentar que votar pela aprovação da reforma da Previdência não terá consequências nas eleições de 2018. Para o Para o analista político e diretor de diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz (Toninho), o parlamentar que cair no conto da sereia sofrerá as consequências da rejeição nas urnas, e não será reeleito.
Depois de ter tentado de todas as formas, e sem sucesso, negociar apoio para votar a proposta de reforma da Previdência na próxima semana, o governo passou a usar de outras estratégias para tentar convencer os deputados, formada por mais agrados e menos ameaças de punição.
Por Hylda Cavalcanti, na Rede Brasil Atual
Em discurso em evento da indústria elétrica e eletrônica em São Paulo, nesta sexta-feira (8), Michel Temer confessou que ignorou os interesses da população ao aplicar a agenda de reformas. Temer diz afirma que "aproveitou" a rejeição popular recorde para votar as medidas que tiram direitos, entrega o patrimônio nacional e desmonta o estado.
Na corrida por votos para aprovar a Reforma da Previdência (PEC 287/16), cada desistência ou incerteza pode significar uma derrota na principal aposta do governo Temer. Diante disso, os votos do chamado Centrão são significativos para que Temer consiga avançar com seu pacote de maldades previdenciárias. No entanto, as legendas que compõem este grupo, e que hoje são as principais fiadoras de Temer, ainda não deram o retorno esperado.
Nesta sexta-feira (8) as centrais sindicais voltam a se reunir após a realização dos atos pelo país que repudiaram a reforma da previdência social na última terça-feira (5). O movimento sindical continua mobilizado e respondendo à pressão de Michel Temer que mantém a pressão sobre a base governista pela votação da reforma ainda neste ano. O governo corre contra o recesso parlamentar e contra o temor dos deputados votaram tema impopular às vésperas de ano de eleição.
Por Railídia Carvalho
Nesta terça-feira, dia 05 de dezembro, aconteceu em todo país a paralisação contra a votação da Reforma da Previdência. Em Goiânia a concentração foi na Praça dos Bandeirantes.
O governo e seus aliados têm mudado o tom do discurso, tentando passar confiança sobre a aprovação da reforma da Previdência ainda em 2017. No entanto, o tempo não ajuda e Temer tem menos de duas semanas para conseguir os 308 votos necessários para aprovar a mudança ou deixar para retomar o tema em 2018.
Goiânia (GO), capital de Goiás, foi mais uma das cidades brasileiras que realizou na terça-feira (5) manifestações contra a reforma da Previdência. A marcha saiu da Praça dos Bandeirantes e percorreu a Av. Anhanguera com a Av. Tocantins, até o Palácio do Comércio. Segundo a organização o movimento teve a presença de centenas de pessoas e a participação de todas as centrais sindicais.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou nesta quarta-feira (6) que o governo ainda não tem votos para aprovar a reforma da Previdência (PEC 287/16) e disse que a divulgação do número de parlamentares favoráveis não ajuda na aprovação da proposta.