A ameaça aos direitos dos trabalhadores ganhou força com a proposta das reformas trabalhista e previdenciária sinalizadas pelo governo de Michel Temer. A precarização das condições de trabalho, defendida por parte do empresariado, se expressa também em projetos no Congresso Nacional. Recentes decisões no Supremo Tribunal Federal (STF) fazendo valer acordos coletivos sobre a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) preocupam as centrais, que realizam nesta quinta-feira (22) atos pelo Brasil.
As centrais Sindicais unificadas, em conjunto com as Frentes Povo sem Medo e Frente Brasil Popular, promovem nesta quinta-feira (22) um dia nacional de paralisações, atividades e manifestações contra a Reforma Trabalhista e da Previdência Social anunciadas pelo presidente Michel Temer.
“Se a moda pega, e se deixarmos, o governo [não eleito de Michel] Temer é capaz de fazer com que a legislação social do Trabalho regrida a 1888, ou seja, à época de escravidão”, afirmou o sociólogo Ricardo Antunes, professor da pós-graduação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Dentro da já polêmica e ainda desconhecida reforma trabalhista que o governo Temer quer promover, uma medida é símbolo do retrocesso que se tenta impor aos trabalhadores. Para agradar ao empresariado, a gestão defende a aprovação de um projeto que “flexibiliza” a CLT e permite que acordos entre sindicatos e empresas se sobreponham à legislação. Relator da matéria, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB) diz que a proposta é “perversa”, ameaça direitos e só atende aos interesses do capital.
A truculência da polícia militar de São Paulo não impediu que centenas de manifestantes protestassem neste domingo (18), na avenida Paulista contra o governo de Michel Temer e as medidas que atacam direitos sociais e trabalhistas. A Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) também participou do ato e convocou a classe trabalhadora para a paralisação de 22 de setembro, dia de protestos nacionais dos trabalhadores contra as reformas trabalhista e previdenciária de Temer.
A truculência da polícia militar de São Paulo não impediu que centenas de manifestantes protestassem neste domingo (18), na avenida Paulista contra o governo de Michel Temer e as medidas que atacam direitos sociais e trabalhistas. A Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) também participou do ato e convocou a classe trabalhadora para os atos de 22 de setembro, dia de paralisação nacional dos trabalhadores contra as reformas trabalhista e previdenciária de Temer.
As centrais sindicais brasileiras reforçaram nesta semana a unificação nos protestos que serão realizados na próxima quinta-feira (22). Em nota, as entidades afirmam que “a unidade da classe trabalhadora é fundamental para barrar a agenda regressiva em curso”. O retrocesso a que se referem as centrais são as sinalizações de reforma trabalhista e previdenciária e o ajuste fiscal.
Confira a nota na íntegra
O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, recebeu nesta quarta-feira (14) representantes de centrais sindicais para uma conversa sobre a agenda de ajustes para recuperação da economia anunciada por Michel Temer. Os dirigentes reafirmaram a oposição à reforma trabalhista sinalizada e que retira direitos dos trabalhadores. CUT e CTB ressaltaram o caráter ilegítimo do governo que vem anunciando pela imprensa medidas que visam o desmonte do Estado e a precarização das condições de trabalho.
Em reunião realizada nesta terça-feira (13) na sede da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), as centrais sindicais definiram alguns pontos do dia nacional de paralisação em defesa dos direitos dos trabalhadores. Os atos iniciarão pela manhã nas fábricas pelo Brasil e prosseguem à tarde com a paralisação dos trabalhadores do serviço público. O ato em São Paulo será em frente ao Masp, às 11h do dia 22.
Por Railídia Carvalho
O sindicalista João Felício, presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), afirmou ao jornal Sul21 que o movimento sindical internacional precisa aumentar o poder de organização e representação. Ex-presidente da CUT, ele afirmou que os trabalhadores brasileiros irão às ruas mas será necessário traduzir para a população as ameaças que o governo de Michel Temer quer impor ao povo com as reformas trabalhista e previdenciária, entre outras medidas.
Após definir data de paralisação nacional da categoria, para 29 de setembro, os Sindicatos, Federações e Confederações metalúrgicas já começam a mobilizar as bases para resistir aos ataques neoliberais do governo de Michel Temer.
Em entrevista à Globonews, o advogado Sergio Batalha deixou claro o que significa a reforma trabalhista pretendida pelo governo Temer. Para ele, pelo caráter impopular das medidas, a gestão não está dizendo o que de fato pretende fazer. Na prática, contudo, as mudanças que se delineiam irão retirar direitos dos trabalhadores para atender a interesses de parcela do empresariado. Como justificativa, usa-se um falacioso discurso da modernização e da geração de empregos.