Havia uma vez donas de casa, comerciantes e funcionários municipais de um tranquilo povoado no centro da Argentina. Até que chegou a Monsanto, a corporação norte-americana de biotecnologia.
Por Fabiana Frayssinet*, no Terramérica
Dez anos depois de serem liberados no Brasil e de provarem que seus prejuízos superam qualquer benefício, como o mito de que seriam mais produtivos e acabariam com a fome do mundo, os alimentos transgênicos continuam avançando com leis mais flexíveis no país.
É apenas uma letra “T” pintada em preto sobre um pequeno triangulo amarelo fixado nas embalagens, mas as empresas que comercializam produtos que contêm ingredientes transgênicos fogem desse símbolo como o diabo foge da cruz. Regulamentada em março de 2004, nove meses após a autorização do primeiro plantio comercial de soja transgênica no Brasil, a rotulagem ainda é uma meia-realidade no país.
O uso indiscriminado de agrotóxicos está diretamente associado ao aumento dos transgênicos no campo. A safra 2010/2011, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), teve um consumo somado de herbicidas, inseticidas e fungicidas, entre outros, de 936 mil toneladas, que movimentou 8,5 bilhões de dólares no país. Não à toa, o Brasil responde a 20% do consumo mundial total desses venenos.
Por Any Cometti*, no Século Diário
Nada como um teste prático, sob pressão social, para verificar o que há por trás dos discursos de “respeito ao consumidor” e “responsabilidade social” das grandes corporações.
Por Taís González no Outras Palavras
Após retornar de uma série de reuniões sobre o desenvolvimento dos transgênicos no Brasil na CTNBio, o engenheiro agrônomo Leonardo Melgarejo concedeu uma entrevista por e-mail. Nela, questiona o que chama de “decisões polêmicas” tomadas pelo colegiado que tem a finalidade de prestar apoio técnico ao governo federal na formulação, atualização e implementação da Política Nacional de Biossegurança relativa aos Organismos Geneticamente Modificados (OGM).
Os Anonymous informaram, por meio de sua conta no twitter, que o site da produtora de sementes Monsanto foi tirado do ar como parte do protesto realizado por ativistas em todo o mundo contra as sementes transgênicas.
Na última quinta-feira (23), desembargadores do Tribunal de Justiça (TJ) absolveram, por unanimidade, cinco militantes acusados injustamente pela transnacional Monsanto de serem mentores e autores de supostos crimes ocorridos em 2003.
A Hungria decidiu eliminar todas as plantações feitas com sementes transgênicas da Monsanto. De acordo com o ministro do Desenvolvimento Rural, Lajos Bognar, foram queimados nesta semana cerca de 500 hectares das lavouras de milho – equivalente a cinco milhões de metros quadrados. A intenção é que o país não tenha nenhum fruto com origem de material geneticamente modificado.
Nessa reedição da luta entre Davi e Golias, ganhou o maior e mais forte. A Suprema Corte dos Estados Unidos tomou uma decisão favorável à gigante agroquímica Monsanto e contrária a um agricultor de Indiana (nordeste do país), acusado de violar a patente da empresa para produzir sementes. Vernon Hugh Bowman, de 75 ano, foi processado em 2007 pela Monsanto por ter replantado, cultivado e comercializado grãos de soja derivados de sementes compradas da companhia.
“A Monsanto é uma empresa agrícola. Aplicamos a inovação e a tecnologia para ajudar os agricultores de todo o mundo a produzir mais conservando mais.” “Produzir mais e conservar mais melhorando a vida dos agricultores.” Essas são as promessas que encontramos no site Web da Monsanto Índia, acompanhadas por fotografias de sorridentes e prósperos agricultores do estado de Marahashtra.
Por Vandana Shiva*
Os cultivos geneticamente modificados devem, pela primeira vez, ocupar mais da metade da área plantada no Brasil em 2013. De acordo com a consultoria Céleres, a área plantada com transgênicos deve atingir 37,1 milhões de hectares neste ano, o que representa um aumento de 14% em relação à safra anterior.