New York Times ironiza pressão dos Estados Unidos contra China
Bush, líder dos Estados Unidos encontra-se hoje com Hu Jintao, presidente chinês, em Washington. O consumo energético cada vez maior por parte da China será um dos temas que Bush pretende discutir com Hu Jintao. O jornal americano Th
Publicado 20/04/2006 12:03
Nos Estados Unidos, o jornal The New York Times ironizou, em editorial, as pressões do governo americano sobre a China para conter o seu consumo de petróleo. Em um texto intitulado "Como você ousa usar o nosso óleo!", o jornal diz que, quando se reunir com o presidente chinês Hu Jintao nesta quinta-feira em Washington, o líder americano George W. Bush pretende reclamar que o "apetite" da China por petróleo está afetando a sua posição nas crises do Irã, do Sudão e outras regiões que o regime americano consideram problemáticas do mundo.
"A China está simplesmente agindo como todo mundo: subjugando a sua política externa às suas preocupações com energia. Os Estados Unidos fazem isso também – prova disso é o seu antigo relacionamento com a Arábia Saudita", afirma o The New York Times.
Deixando a ironia de lado, o jornal cita as perspectivas de crescimento da China como "alarmantes", lembrando que o país está crescendo a um ritmo de 8% a 10% por ano e que a sua demanda de energia deve aumentar 150% até 2020.
"Até 2010, a China deve ter 90 vezes mais carros do que tinha em 1990 e provavelmente terá mais carros do que os Estados Unidos até 2030", acrescenta o The New York Times, sobre o país que recentemente se tornou o segundo maior consumidor de petróleo do mundo.
O jornal argumenta que os Estados Unidos "não têm o direito de dizer a um terço da humanidade para voltar às suas bicicletas porque a festa acabou".
"Claramente Bush e Hu devem abordar a questão da energia de uma forma verdadeira e significativa. Isso só pode ser feito se os Estados Unidos ajudarem a China a encontrar fontes alternativas de energia e mostrarem que estão fazendo o mesmo", opina o The New York Times.
Mudanças no governo Bush
Em outro editorial, o jornal critica as mudanças na equipe de Bush. Para o New York Times, “Bush quer mostrar ao país que está realmente mexendo nas pessoas que o cercam, mas está claro que quem errou vai continuar onde está”.
O editorial cita o que considera os três maiores erros do atual governo: a condução da ocupação do Iraque, a tortura aos prisioneiros e a política fiscal. Segundo o jornal, não houve mudanças reais em nenhuma dessas áreas. No caso do orçamento, assumido pelo ex-representante do Comércio Robert Portman, trata-se de uma "velha cara" com "uma nova etiqueta".
"O presidente é como essas pessoas que pretendem se desculpar dizendo que sente muito se foi mal compreendido. Ele não acredita que tenha feito nada de errado. É nossa culpa não apreciá-lo", conclui o editorial.
Com informações da BBC Online